“Estou apostando em participar na regata mais antiga à volta do Mundo, pois faria todo o sentido, dado que a prova passa por Lisboa. Já há muito tempo que nenhum português faz a prova. Miguel Lacerda e João Cabeçadas participaram numa altura em que a VOR se chamava ainda Round the World Race“, revelou António Fontes.
Edição – Adilson Pacheco
Fonte: Alexandre Reis
http://www.record.xl.pt
Post – 12/12-17:06
A tarefa não foi fácil mas o sonho cumpriu-se. O velejador António Fontes, de 32 anos, conseguiu acabar com distinção a regata transatlântica Mini Transat e já tem outras ambições, como seja participar na Volvo Ocean Race, que este ano a fez escala em Lisboa.
“Estou apostado em participar na regata mais antiga à volta do Mundo, pois faria todo o sentido, dado que a prova passa por Lisboa. Já há muito tempo que nenhum português faz a prova. Miguel Lacerda e João Cabeçadas participaram numa altura em que a VOR se chamava ainda Round the World Race”, revelou António Fontes.
O entusiasmo tem sentido ao ter sido 13.º na geral na Mini Transat. Foi 18.º na 1.ª etapa, com partida de Douarnenez (França) e chegada a Arrecife (Lanzarote, nas Canárias), e 13.º na segunda, entre o arquipélago espanhol e Point-a-Pitre (Guadalupe, nas Caraíbas), com o tempo de 24 dias, 23 horas, 14 minutos e 32 segundos.
“Era um sonho de há muitos anos, pois trata-se de uma regata com muitas especificidades, como seja andar à poupa, num barco muito rápido, até nos fartarmos de fazer ‘surf’ nas ondas”, explicou o velejador do Naval de Cascais.
“Sempre tive mais gosto pela navegação em solitário e ao largo. Competi em match racing, vela ligeira e de cruzeiro”, revelou António Fontes, que diz ter ganho com a experiência e aprendido com os erros.
“Numa regata como a Mini Transat, mais de metade do sucesso depende da preparação antes da largada, pois navegamos em autonomia, sem carregar nada a meio. Temos de programar tudo bem, desde a alimentação – toda liofilizada – até ao material. Por exemplo, o balão médio [vela que se iça à frente do mastro, quando a embarcação navega na direção do vento] rasgou-se, explodiu porque não era novo. Comprei o balão grande novo e resistiu. Deveria ter também comprado o médio, mas o dinheiro também não era muito”, lamentou António Fontes, queixando-se da falta de patrocínios, exceção feita ao seu clube.
Homenagem a Bartolomeu Dias
Outro dos acontecimentos que marcaram a vida de António Fontes este ano foi o nascimento do filho Bartolomeu, agora com sete meses. “Arrisquei menos na Mini Transat, porque agora tenho outra responsabilidade. O nome dele é uma homenagem a Bartolomeu Dias [o primeiro navegador a dobrar o Cabo da Boa Esperança]”, esclareceu António Fontes.