OPINIÃO DE CELIO FURTADO: MARÇO PREOCUPANTE

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Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Estamos na segunda semana de março e as perspectivas referentes à luta contra a pandemia são sombrias. Aumentam os óbitos, a média diária, em todo o território nacional, de modo que algumas cidades estão improvisando cemitérios em contêineres, um clima assustador. Aumenta o número de pessoas que já foram contaminadas, que perderam amigos e familiares, gente conhecida dizimada pela pandemia.

O número de Unidades de Tratamento Intensivo, (UTIs) não consegue atender o número de pacientes em estado grave, daí surgir o desespero, a descrença na solução convencional, de modo que estamos diante do caos.

Naturalmente, existe a perspectiva da vacinação que está avançando, lenta e gradual, pois sabemos que não há um estoque que dê segurança às pessoas. Mesmo assim, continua o desleixe, o relaxamento e até ironias sobre o perigo iminente. Continuo, enquanto cidadão, confiante e otimista quanto a solução científica contra esse mal, uma necessária combinação de vacinação em massa, um cuidado individual e coletivo acentuado e disciplinado e um consenso político que possibilite uma liderança firme e patriótica diante da ameaça à soberania nacional e à integridade física dos brasileiros.

A grande notícia é que diversas vacinas, de diferentes procedências, têm demonstrado um satisfatório grau de resolutividade diante do coronavírus, de modo que há uma “luz no fim do túnel”.  Conforme sabemos, a Humanidade, na sua marcha civilizatória tem encontrado diversos obstáculos pelo caminho, guerras devastadoras, cataclismas, pestes e, quando se pensava que o fim está próximo, a vida renasce, inovadora, prenhe de possibilidades novas, e tudo, de repente, volta ao normal, ao “novo normal”.

Sabemos que a nossa civilização, judaico-cristã traz em sua doutrina toda uma perspectiva do “final dos tempos”, um tema da Escatologia, um capítulo da Teologia, sobre os novíssimos tempos que haverão de acontecer.

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Numa das orações fundamentais do Catolicismo, o Credo, redigida no Concílio de Niceia, no ano de 325, está explicitada uma forte fé na “vida Eterna”. Diferentemente do “eterno retorno”, nós, cristãos, acreditamos no “alfa e ômega”, inicio e fim, numa linha sinuosa, porém orientada para um desfecho glorioso, o “gozo eterno”.

Porém, o problema concreto que se apresenta é a humanidade diante de uma peste, nova, complexa e fatal, um problema terreno que exige solução terrena. Sabemos que esse enfrentamento cientifico-tecnológico tem um componente sócio-político, ou seja, uma mudança de atitude radical da sociedade, das pessoas, em relação à sua higiene individual e coletiva, cuidados pessoais, individuais e, principalmente, com o próximo, pois sabemos que a contaminação é sutil e cruel.

No campo político precisamos de uma férrea unidade nacional, um consenso entre os poderes federais, estaduais e municipais, todos num uníssono, numa otimização de recursos e energias para o confronto decisivo contra o mal que nos assola.

Nossa sociedade está dividida, impregnada de ódio e preconceitos, praticamente inconciliáveis.

Estamos vivendo e induzidos pelo poder central para um obscurantismo intelectual, uma confusão, uma lavagem cerebral irreversível, pois, de modo geral, “as cabeças estão feitas”.

Temos que contar, também, ou principalmente, com a misericórdia divina!


Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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