Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Estamos nos aproximando da metade do mês de janeiro, com o coração e mente mais otimistas em relação ao ano que se inicia, cheio de possibilidades de vitórias na luta contra a devastadora pandemia que assola todo o planeta Terra e, de um modo especial, ao nosso Brasil. Várias vacinas, de nacionalidades e procedências diferentes, estão sendo colocadas em prática, para o alívio de nossas ansiedades, ainda que haja um certo coeficiente de incertezas, quanto à eficácia total.
A essência da vida é a incerteza, e qualquer cientista ou pesquisador honesto sabe da complexidade de soluções; não oferecem milagres e sim um resultado provisório de árduas pesquisas de laboratório, teóricas e práticas, pois é urgente salvar vidas preciosas. O conhecimento científico é um processo permanente, inacabado, sempre com marchas e contramarchas, um esforço coletivo, interdisciplinar e internacional, pois o globo terrestre é um só, e, mais do que nunca, é urgente que todos os cérebros se unam para restituir uma certa paz coletiva que a pandemia nos roubou.
A Ciência moderna nasceu no século xvii, basicamente, com os trabalhos de Galileu, Kepler, Copérnico, entre outros, o grande Francis Bacon, o gênio inglês, o pai da moderna Metodologia Científica.
A partir daí, a busca pela experiência, pela busca das forças secretas da mãe natureza não pararam mais, cresceram sempre, de modo exponencial, sempre seguindo uma orientação esotérica de Isaac Newton que dizia: “a única forma de dominar a Natureza é obedecê-la”.
Observamos, hoje, muita rejeição aos fundamentos científicos, uma mistura de superstição com uma ideologia obscurantista, anticientífica, que pretende nos reenviar para a “era das trevas”, escondendo, talvez, um gosto mórbido pela morte coletiva e pela consolidação do pensamento único. As pessoas devem se manifestar em favor da vacina em todos os canais disponíveis, dizer um grande sim à vida, à lucidez, só assim, as forças democráticas vencerão esse ciclo retrógrado que ora vivemos, liderados por um “mito”.
Não podemos nos distrair sobre o cenário econômico, sobre as altas dos preços e da existência oficial, confirmada, de catorze milhões de famílias vivendo em estado de miséria, no Brasil. Um dado humilhante que devemos reverter, integrando esses seres humanos na vida civilizada, da denominada sociedade de consumo.
Enquanto escrevo, ouço a triste notícia de que a Ford, grande e tradicional fabricante de veículos está fechando as suas portas no Brasil, um fato relevante, que nos obriga a pensar na falta de credibilidade de nossa atual política econômica, uma desconfiança na conjuntura brasileira. Sempre escrevo que a economia tem um forte componente psicológico, ou seja, há sempre uma expectativa racional de bons resultados e que todo o investidor tem uma certa “aversão ao risco”.
O fechamento da Ford poderá estimular a outras iniciativas semelhantes, pois a economia também funciona como um “estouro da boiada”, prevalecendo a irracionalidade defensiva. Concluo esse artigo desejando boas vinda ao ilustre Padre José Besen, que retornou à nossa Paroquia do Santíssimo Sacramento, um presente para Itajaí.
Fé na Ciência e fé na Misericórdia Divina!