Célio Furtado
*Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Aproveito esta tarde cinzenta de inverno para escrever, inspirado na caminhada, após o programa de Rádio, um privilégio pessoal de poder me comunicar como o público. A oportunidade de conversar com gente interessante que sempre tem o que contar, revelando coisas positivas que possa ajudar de algum modo o ouvinte. De fato, nunca se sabe o efeito de uma palavra, de uma expressão, de uma experiência relatada, pois o coração humano é um terreno misterioso, onde brotam e florescem as mais diversas semeaduras. Vivemos um momento eleitoral, sempre rico em acontecimentos e interpretação, onde importantes escolhas serão feitas. Virão os programas, as propagandas, os debates, panfletagens, oferecendo elementos mais concretos para as devidas escolhas. Vivemos a plenitude democrática, pelo menos, na minha compreensão, ainda que as regras do jogo, preexistentes não permitam que outros candidatos de partidos pequenos possam se expressar melhor. É como se o sistema fosse feito para impedir a concorrência. Particularmente, refiro-me ao candidato João Amoeda, do Partido Novo, uma mente brilhante, um homem talhado para conduzir o país nesse momento. Infelizmente, não aparece nas pesquisas e, por conseguinte nos debates, sendo muito difíceis as possibilidades reais de sucesso. Terá o meu voto para o primeiro turno, ainda que outros candidatos também sejam bons. O mais preparado tecnicamente e com respaldo internacional é o Henrique Meirelles, porém, com pouca habilidade política, ou melhor, com pouco trânsito no intrincado mundo parlamentar. Nesse caso, no meu parecer, penso que o futuro presidente da República será o ex-governador de São Paulo, com larga experiência administrativa, governou o mais importante estado brasileiro por diversas ocasiões. Um homem cordial, aberto ao diálogo e com forte base parlamentar. Disporá também de maior tempo de TV, possibilitando mostrar a sua competência e a sua proposta de governo. Indo para o segundo turno, merecerá o meu voto. Vivemos um momento muito difícil de nossa história e de nossa economia, com uma massa preocupante de desempregados, uma taxa de desocupação de 12, 4%. .O recente aumento de 16, 38% para os ministros do STF, soou como um deboche público, enquanto 13, milhões de desempregados não tem aumento no seu não salário, falta de perspectiva do povo e falta de sensibilidade dos ocupantes de cargos públicos. Isso gera uma tremenda confusão na mente das pessoas, refletindo nas recentes pesquisas, onde um presidiário está na liderança, e um nazifascista em segundo lugar. Uma inversão de valores que não chega a surpreender, Provavelmente, no calor da campanha e nos debates, o quadro deverá mudar; é o que se espera. Eu vejo muito preconceito e incompreensão quanto ao projeto liberal, uma economia de mercado, a livre concorrência. Preconceito de que as pessoas bem sucedidas no mundo empresarial não são os representantes dos verdadeiros ideais do Brasil, são ilegítimos, como representantes de um modelo econômico. O Empreendedor vitorioso é cercado de uma visão distorcida, mostrando que, de fato, o Brasil ainda não mergulhou na plenitude capitalista, fundamental para o êxito no desenvolvimento econômico e inserção na comunidade internacional.
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br