*Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo nessa tarde ensolarada de domingo, ouvindo música clássica e organizando algumas ideias para o artigo semanal, um hábito e dever que venho cumprindo há muitos anos, sempre com satisfação e entusiasmo.
Faz parte de um compromisso com os diversos jornais, um privilégio pessoal, não posso negar. Sei da responsabilidade da tarefa semanal, repassar minha opinião aos leitores, um grupo sempre heterogêneo, do qual nunca se sabe a real dimensão de suas expectativas e valores.
Tenho recebido sempre bons retornos, generosos e estimulantes, pois procuro ser autêntico e não escrevo para agradar a ninguém. Estamos no período pós-eleitoral e ainda persiste uma onda de insatisfação por parte de muitas pessoas que não aceitaram a derrota do seu candidato majoritário.
Não tenho a veemência de um ministro que falou a um popular: “perdeu, Mané, não amole”, não é do meu feitio esse estilo levemente irônico e agressivo.
Nesse sentido, acho fundamental a paciência, “dar tempo ao tempo” e esperar que o candidato vitorioso faça um governo exitoso e transforme essa legião de derrotados para a sua base de apoio popular.
Ontem foi o Dia da Bandeira, uma data expressiva do nosso calendário cívico, que todos nós devemos e podemos comemorar.
Desde a infância cantamos o Hino da Bandeira, um dever de todos os brasileiros, pois, sabemos que o símbolo sagrado não pode ser usado por qualquer partido político; as cores verde e amarela pertencem a todo o povo brasileiro, em toda a extensão territorial.
Assim como a expressão “Deus acima de tudo”, é justa e necessária, certamente, porém não pode ser instrumentalizada por determinado agrupamento político.
Nós, cristãos temos o dever de “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, porém, temos em nosso território, mulçumanos, budistas, ateus e tantas denominações afrodescendentes que devem ser respeitadas.
Com a Copa do Mundo e com o provável êxito do governo Lula as coisas voltarão ao seu devido lugar, tal como uma carroça com melancia, com o movimento, elas vão se ajeitando.
Tenho observado a “transição” do governo e fico ainda mais otimista quanto a qualidade e integridade moral de seus integrantes, onde os grandes temas estão sendo discutidos, propostas de campanha e a sua exequibilidade técnica e financeira.
Além do que se denomina “herança maldita”, temos diante de nós dois desafios: 1) o equilíbrio fiscal e 2) o socorro necessário à população mais carente e à margem do mercado, tudo isso diante do parâmetro do teto orçamentário.
Opções devem ser feitas, compromissos de campanha devem ser honrados e a única solução diante disso é o desenvolvimento econômico.
Se conseguirmos aumentar a produtividade sistêmica, com uma boa inserção na comunidade econômica internacional, poderemos resolver essa equação que por ora se apresenta como um impasse. Por isso escrevo: esse movimento contestatório, insistente, vai se arrefecendo, os ânimos vão se esfriando e, teremos logo a percepção de que somos uma grande família brasileira, sob o comando supremo da Constituição.
Essa é a nossa vocação pacifica e ordeira!
*Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br