OPINIÃO DE CELIO FURTADO: INOVAÇÃO/ GRUPOS DE ESTUDOS

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Célio Furtado –
Engenheiro e professor da Univali
celio.furtado@univali.br

Estamos na metade do mês de outubro, tempos ensolarados e entrecortados por um final de semana prolongado, passando-nos a impressão enganosa de que a crise passou. Praias cheias, rodovias lentas e uma sensação de verão antecipado.

  Infelizmente, estamos diante de uma percepção errônea e o risco da contaminação persiste, temos que continuar nos protegendo com as máscaras, recolhimento e muito álcool para as limpezas habituais. Continuo na minha rotina privilegiada de um idoso aposentado que se dedica, diariamente, aos estudos, às pesquisas de temas variados, uma necessidade normal, que habita em mim há muito tempo.

  Participo de alguns grupos de reflexão (lives), utilizando-me desse recurso fantástico da tecnologia virtual, algo que veio para ficar. Os temas debatidos variam muito, passando de informalidade, para questões mais amplas de análise de conjuntura, tocando em diversos assuntos que tangenciam a modernidade. Devemos fazer uso inteligente dos recursos disponíveis, assumir uma posição equidistante quanto as novas tecnologias, nem sermos fanáticos e, muito menos, sermos arredios as inovações, fechando-nos em nós mesmos. A possibilidade de debates simultâneos com pessoas residentes em outros estados e países, enriquece, sobremaneira, a qualidade dos diálogos, indicando um futuro mais integrado e, consequentemente, um mundo melhor.

  Particularmente, tenho lido e trabalhado muito o tema da Inovação, um assunto amplo que permite múltiplas abordagens, visões diversificadas, e interpretações multidisciplinares, pois sabemos que o que é novo “sempre apavora”. Tive a oportunidade de trabalhar a disciplina de Criatividade e Inovação, com alunos do Curso de Administração da Univali, há duas década atrás, com bons resultados obtidos com a nossa estudiosa juventude. De fato, era um momento histórico especial, a virado do milênio, onde muitas indagações eram geradas, inclusive quanto ao receio de possível “fim do mundo”.

   Também o triste episódio da derrubada das Torres Gêmeas, em Nova Iorque, criava uma expectativa sombria sobre o desdobramentos dos fatos Nesse contexto, falar em Criatividade e inovação exigia uma responsabilidade acentuada do professor, pois sabemos que as ideias jogadas em um terreno fértil podem crescer e ter efeitos colaterais imprevisíveis. Nessa semana em que são homenageados os professores, incluo-me entre os profissionais da Educação, cuja a temática dominante foi o Empreendedorismo e a Inovação, na sua abordagem teórica e prática.

  Com muita alegria e uma ponta de orgulho, encontro sempre ex alunos, com bons desempenhos na vida profissional, empreendedores criativos, competitivos e afinados com o ideal do desenvolvimento nacional.

  Passados os vinte anos, sinto me ainda bem motivado para aprender e disseminar bons conteúdos, procurando renovar e aperfeiçoar as abordagens metodológicas, entender os novos tempos, as novas indagações da juventude. Nos grupos que participo, gosto de mencionar, sempre que possível, a bibliografia com novos títulos, pois o campo do conhecimento não para.

  Ninguém é dono da verdade, os debates devem ser amplos e democráticos e todos os participantes tem responsabilidade sobre a boa condução das discussões pois o que se pretende é ampliar as portas da percepção”, romper com algumas ideias preconceituosas, fugir dos dogmas e “aprender a aprender”.


Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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