*Célio Furtado
Engenheiro e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Entramos no inverno de 2020, dias ensolarados e quentes, a pandemia avançando com números crescentes de infectados e milhares de óbitos no território brasileiro. Para agravar ainda mais o quadro, nuvens de gafanhotos voam do sul para o nosso território, devastando plantações, anunciando mais prejuízos à vida humana, civilizada.
Aumentam as preocupações individuais e coletivas, pois, cada vez mais, ficam expostas a nossa vulnerabilidade e a fragilidade da condição humana. A vida é “uma piscada de Deus”. Particularmente, procuro me defender, seguindo as orientações das autoridades constituídas e fundamentadas nas prescrições da Saúde Pública: usar máscara, lavar as mãos com o álcool e evitar sair de casa, principalmente, os que não têm atividades externas. Sabemos que ninguém está livre do contágio e da terrível contaminação; vivemos o “paradigma da peste”.
vvCom certeza, sairemos desse mal e muitos outros que virão, a História nos mostra situações passadas mais terríveis, basta nos concentrarmos no “longo século xx”, com as suas terríveis guerras, epidemias, catástrofes, convivendo com grandes conquistas da ciência e da tecnologia, muitas festas e euforias, pois assim caminha o “povo de Deus”.
Naturalmente falo de uma posição individual privilegiada, morando em casa própria, tendo um círculo de amizades e relacionamentos, os filhos saudáveis e protegidos, um privilégio, uma conquista e, certamente, um presente de Deus. Porém, existem muitos excluídos, muitos desempregados, sem teto, sem família, os “barrados nos bailes”, onde a luta pela sobrevivência é constante, cotidiana, uma batalha sem tréguas para não morrer de fome e de frio.
Um dos pontos positivos dessa pandemia é o convívio familiar, comunitário, a demonstração constante de solidariedade, de ajuda mútua, pois sabemos que “uma mão lava a outra”. Estimulou também nas pessoas, o gosto pela leitura, pelo estudo e pelos debates de forma direta ou virtual, surgindo novos grupos de oração e de reflexão coletiva, pois a luz tem que vencer as trevas. Também, os cidadãos estão mais reflexivos em suas concepções políticas, observando atentamente a conduta de dirigentes municipais, estaduais e federais, diante da crise epidemiológica nacional, ficando mais claro e evidente quem é “barro ou quem é tijolo”.
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À medida que avança a reflexão, as boas conversas, percebemos o nítido despreparo intelectual, moral e político de personalidades que muitos taxavam de “mito”. Gente pequena demais para a grandiosidade do cargo, da nobre e sagrada missão de guiar o generoso povo brasileiro.
Temos também grandes exemplos positivos, de gente anônima que se destaca pela bravura e generosidade na defesa da saúde pública, profissionais da saúde, da segurança, voluntários, gente que arrisca a própria vida para salvar outras preciosas vidas. Cantamos frequentemente na Santa Missa a canção: “prova de amor maior não há, do que dar a vida pelo irmão ”; é o que presenciamos no cotidiano das múltiplas ações contra a terrível pandemia.
No plano municipal, vejo, enquanto cidadão, uma administração pública competente e sensibilizada com a saúde pública, apresentando soluções corajosas com o objetivo de proteger o bem comum.
Mesmo assim, estamos diante de um Inverno: Preocupante!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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