*Célio Furtado
Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Tenho aproveitado bem esse início do ano, marcado por intenso calor e chuvas fortes. Temos o privilégio de morar em Itajaí, com as suas praias, muito banho de mar, passeios e também leituras, pois devemos buscar sempre o aperfeiçoamento contínuo. O livro, ou os textos, fazem parte da vida cotidiana, uma necessidade permanente, pois o espírito está sempre em busca do conhecimento. Tenho encontrado muita motivação para criar e produzir, buscando contribuir, ao meu modo, para o bem comum.
Estamos vivendo um momento difícil para quem exerce o livre pensamento, para quem tenta escapar ao senso comum, em busca de alternativas. Pensar, de fato, sempre foi muito perigoso. Sempre incomodou aos tiranos, aos que estão instalados confortavelmente na esfera do poder. Basta olhar a História, antiga, moderna ou contemporânea, os intelectuais sempre foram perseguidos ou pelo menos olhados com desconfiança. Particularmente, acho que faz parte da vida intelectual, como se fosse, de fato, a matéria prima da arte de pensar. Vejo com mais nitidez, agora no início desse novo governo, eleito legitimamente, merecedor de forte apoio popular. Está apenas começando e tomara que dê certo, pois o país precisa retomar o seu desenvolvimento.
Algumas observações iniciais que mereceram a minha discordância e de muita gente.
Refiro-me à questão da Embaixada brasileira em Jerusalém e a oferta de espaço para uma base militar norte-americana. São questões complexas neste emaranhado mundo da politica internacional onde a prudência é fundamental, principalmente para países vulneráveis como o nosso. Sempre gostei dessa frase: “país pobre não deve entrar em guerra”. Também, na linguagem mais rasteira, “não devemos buscar sarna para nos coçar”. Temos uma longa e frutífera atitude pacífica e equidistante, no que se refere às outras nações e, de modo especial, com o mundo árabe, berço de importante e poderosa civilização, muito presente na vida brasileira. Aprendemos muito com os árabes e temos importante relação de negócios, não vejo porque a necessidade de trocar a Embaixada, apenas para agradar o confuso presidente norte-americano.
Morei muitos anos no Rio de Janeiro, e me impressionava o termo usado no centro da cidade, “Saara”, onde judeus e árabes conviviam na mais perfeita harmonia. Quanto a tal da base militar, devemos ser firmes, defendendo a nossa soberania e integridade territorial. Curioso que esse governo militar-evangélico, do Bolsonaro, aparentemente tão entusiasta do Regime Militar que se instalou no Brasil, após 1964 desconhece a dignidade e firmeza na defesa do solo nacional. Posso exemplificar a questão das duzentas milhas da nossa costa, a defesa da Amazônia e também a questão Nuclear, onde o general Ernesto Geisel, optou pela tecnologia com a Alemanha, desagradando frontalmente o governo norte-americano.
Não é novidade para ninguém que o Bolsonaro é um homem medíocre e totalmente despreparado para o poder, ainda que tenha uma boa equipe e conta com a paixão de grande parte do povo brasileiro, estando com “a faca e o queijo na mão”.
Queremos um Brasil justo e democrático e que a esperança popular não morra !!!
*Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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