*Célio Furtado
Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Participei recentemente do Programa de Entrevista na TVBE, mais precisamente do “Melhor da Tarde”, conduzido pela competente jornalista, Raphaele Crystine, Rafa. Inicialmente, quero agradecer ao honroso convite, pela oportunidade de poder expor as minhas ideias sobre Produtividade.
Numa linguagem simples e coloquial, expus a minha experiência pessoal sobre o assunto que me acompanha desde a minha fase acadêmica, no Curso de Engenharia de Universidade Federal do Rio de Janeiro, passando por diversas experiências práticas, teóricas e acadêmicas, nessa já longa trajetória profissional. A entrevistadora foi muito feliz e elegante com as perguntas formuladas, deixando-me bem à vontade para discorrer sobre o tema proposto. Precisamos aumentar a nossa produtividade, isso é um lugar comum em todos os diagnósticos da economia brasileira.
Já escrevi alguns artigos a respeito e vejo que há um consenso sobre a necessidade de extrairmos mais e melhores resultados de nosso esforço econômico. Isso implica em treinamento intensivo da mão de obra, uma melhor qualificação profissional orientada para as novas tecnologias, uma mentalidade orientada para a simplificação e o ataque ao desperdício, uma integração mais acentuada dos diversos setores da economia. Um salto de qualidade em nossa infraestrutura, uma modulação efetiva de nossas malhas rodoviária, ferroviária, hidroviária e portuária, incluindo, naturalmente toda a base de aeroportos modernos e integrados.
Pensar a Macro Produtividade Nacional. Uma mentalidade produtivista, algo assim, não significa “se matar’, porém aplicar técnicas adequadas de redução de fadiga, de melhorias de métodos de trabalho, sem esquecer que temos um universo de empresas tradicionais, tecnologias intermediárias e, dentro disso, temos que atacar todas as formas de desperdício. Lembrei, na entrevista, o exemplo dado pelos japoneses, com as suas limitações geográficas, o solo, com características vulcânicas, e, atormentados por uma humilhante derrota na 2ª Guerra Mundial, duas bombas atômicas. Um país devastado, com boa parte da população adulta masculina sacrificada, soube dar a “volta por cima”, e, passadas três décadas, se tornaram grande potência tecnológica-industrial, assustando o mundo ocidental.
Tiveram a sabedoria de aprender, “aprender a aprender”, assimilaram as técnicas de Qualidade dos norte-americanos, divulgaram cursos de Estatística pelas Rádios, criaram um geração de operários qualificados em tecnologias simples de produção : “Espinha de Peixe, gráfico de Pareto,5S, controle de perdas, ataque ao desperdício, zero defeitos, enfim, concentraram tudo isso que resultou na enorme produtividade Nacional. Aliás, respondi à atenta entrevistadora, sobre a relação Qualidade-Produtividade; os japoneses nos ensinaram que é possível, aumentar a produtividade juntamente com a melhor qualidade. Enfatizei a necessidade de disseminarmos esses conceitos junto à nossa juventude universitária, criando o firme propósito de uma verdadeira revolução nacional. Ao nosso modo, dentro de padrões culturais brasileiros, devemos levar adiante a ideia de uma emancipação nacional, sem nos fecharmos, necessariamente ao mundo.
Devemos ser competitivos, porém, abertos à modernidade. Mobilizarmos as universidades, escolas técnicas, dentro de um esforço maior de nos tornarmos uma potência, orgulhosa de seu potencial. A íntegra está no Youtube : “Entrevista Mestre Célio Furtado”.
Agradeço a oportunidade de poder repassar à minha gente essas ideias, um privilégio !
*Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br