A Rio 2016 foi a primeira experiência em Olimpíada da velejadora brasileira Martine Grael, de 25 anos. Não poderia ter sido melhor para a filha do bicampeão olímpico Torben Grael. Ao lado de Kahena Kunze, ela conquistou a inédita medalha de ouro e entrou para história da vela feminina. Para repetir o feito, Martine já iniciou a preparação para Tóquio 2020.
Como foi o ano de 2016 ?
Foi um período de nervos à flor da pele. Os primeiros seis meses antes dos Jogos foram de muitas emoções. Era a minha primeira Olimpíada e terminou da melhor maneira possível.
É incrível ganhar uma medalha de ouro em casa e isso é fruto de muita preparação que começou em 2014, ao lado da minha parceira Kahena.
Qual é a sensação de ser campeã olímpica no Brasil?
É muito raro para qualquer atleta disputar uma Olimpíada em casa, isso já foi um grande marco. Nós fomos como favoritas, mas, mais do que isso, estar nos Jogos, com amigos, familiares e voluntários torcendo pela gente não tem preço. Isso já valeu por tudo. O ouro coroou esse momento. Foi nosso sonho se concretizando. Até hoje, quando lembro, eu me emociono.
Como é ser a primeira medalhista da vela feminina ao lado da Kahena?
Foram quatro anos de preparação. Foram muitos treinos e campeonatos, com altos e baixos. É incrível poder colocar nosso nome na história da vela. Até hoje, não caiu a ficha. O ouro foi um sonho realizado e veio com muito suor.
Como vai ser a preparação para Tóquio 2020?
Acabamos de voltar de férias. Nesses primeiros meses, eu e a Kahena vamos estudar mais sobre o clima de Tóquio, que oscila bastante e é bem diferente daqui. A ideia é manter nosso alto rendimento e pegar pesado nos treinos. Os campeonatos também nos ajudam muito nesse novo ciclo olímpico.
O fim do ciclo olímpico prejudica a captação de patrocínios?
Não podemos atribuir somente à crise que atinge nosso país. Os patrocinadores diminuem, mas é importante que o governo continue investindo. É difícil para todos os atletas. Dependemos muito dos nossos patrocinadores.
