Volvo Ocean Race muda as regras para manter a evolução da vela feminina

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Organização da regata anuncia dez inovações na Volta ao Mundo nos próximos dez dias. A primeira será hoje!

 

 

Times 100% femininos continuam a valer para incentivar as mellhores velejadoras do mundo.
• Combinações diferentes entre homens e mulheres entre as etapas podem ajudar os comandantes em suas estratégias de acordo com as condições impostas.
• A regra dos velejadores com menos de 30 anos continua valendo.

Alicante – A Volvo Ocean Race está fazendo uma de suas maiores mudanças de regras para incentivar a vela feminina a competir no mais alto nível na edição 2017-18. A partir de agora, as equipes exclusivamente masculinas terão apenas sete velejadores a bordo – um a menos do que na temporada anterior. As equipes que misturarem homens e mulheres serão mais numerosas.

As combinações possíveis para 2017-18 serão:
7 homens
7 homens e 1 ou 2 mulheres
7 mulheres e 1 ou 2 homens
5 homens e 5 mulheres
11 mulheres
Segundo as novas regras da edição 2017-18 da Volvo Ocean Race, as equipes estão autorizadas a mudar suas tripulações entre as pernas da regata. O evento, que começa em outubro do próximo ano, visita 11 cidades ao redor do mundo, incluindo as paradas de Lisboa, em Portugal, e Itajaí, no Brasil. O número de atletas muda visando também o crescimento da vela feminina.
A lista dos atletas pode seguir as regras acima, mas deverá ser preservada para a In-port Race (Regata Local) e para etapa seguinte – exceção para o time só com homens a bordo, que pode adicionar uma mulher para a In-port.
Ian Walker, atual campeão da Volvo Ocean Race, comentou a decisão: “Se as mulheres velejadoras querem competir no mais alto nível, então elas precisam treinar e competir contra os melhores”.
“Seria muito difícil competir essa regata com apenas sete pessoas a bordo. Principalmente contra times com oito e nove atletas. A nova regra vai dar força às mulheres, além de dar chance para aprendizagem”.
O movimento segue o sucesso da campanha do Team SCA de 2014-15. As meninas venceram uma etapa – feito inédito em 25 anos, ficaram em terceiro lugar no paralelo das In-port Races e mostraram que eram mais do que capazes de brigar de igual para igual com os homens.
“Não se trata de baixar o nível da modalidade como pode parecer – na verdade é o inverso – e sim dar oportunidade para as melhores velejadoras do sexo feminino no mundo de competir em igualdade de condições. A vela é uma das poucas modalidades onde você realmente pode misturar atletas. Nós queremos tirar proveito disso”, disse Mark Turner, CEO da Volvo Ocean Race.
“O projeto do Team SCA na última regata foi um grande recomeço para a vela feminina. Nos 12 anos anteriores ao time feminino apenas a australiana Adrienne Cahalan (na primeira perna da edição 2005-06 a bordo do Brasil 1) correu. Nós estamos determinados a construir esse legado e que a participação de homens e mulheres juntos seja continua.
Turner continuou: “Estamos usando as regras da tripulação para incentivar os skippers a trazer uma ou mais atletas do sexo feminino a bordo nos times. Eu realmente espero que essas regras não sejam necessárias no futuro, mas hoje é a única maneira que temos para manter o progresso”.
A regata, que celebrou seu 43º aniversário em setembro, tem uma longa história envolvendo velejadoras do sexo feminino! Mais de 100 mulheres (e mais de 2000 homens) competiram desde sua primeira edição, em 1973.
“Estamos determinados em manter a presença feminina na regata de volta ao mundo. A proporção de mulheres na vela está crescendo muito no planeta”, explicou o diretor de regata, Phil Lawrence.
E a notícia da mudança nas regras teve uma reação positiva entre as velejadoras! “É uma novidade fantástica para as atletas de elite não apenas na modalidade vela, mas no esporte como um todo”, disse a britânica Dee Caffari, que já deu a volta ao mundo em solitário e correu a edição 2014/15 a bordo do Team SCA.
“Foi muito significativo fazer parte de uma equipe feminina na regata. O objetivo foi mudar a percepção das mulheres na vela, mostrando que podemos competir nos barcos nas mesmas condições”.
Caffari acrescentou: “Estou animada para ver esse conceito de equipes mistas evoluir. Eu acredito que tenham muitas meninas no mundo prontas para executar esse desafio e ganhar espaço”.A organização da regata reafirmou o compromisso com a renovação. Dois tripulantes em cada barco devem ter menos de 30 anos, assim como em 2014-15.