Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Metade de novembro, tempo bom, o sol mais forte e os dias de praia. Ouço saxofone/jazz, buscando inspiração para esse texto nessa tarde ensolarada de sábado.
Muitas pessoas confessam que não conseguem estudar ou escrever com o som ligado, torna impossível a concentração. De fato, não consigo escrever com músicas cantadas, com vozes humanas, pois me perco na sequência do texto escrito.
Tenho lido bastante coisas boas e, passadas as eleições, sinto um outro astral, ainda que pequenos focos de resistência persistam, agora de um modo pacífico e, visivelmente, mais conformado.
Logo, logo voltaremos ao novo normal, e um novo governo tomará posse e continuaremos no trilho correto da democracia, ou melhor da normalidade democrática.
Parece que respiramos política, isso é geral e, confesso que nunca tinha visto uma extrema-direita tão explicita e assanhada, com o ímpeto golpista, pedindo intervenção armada e outras coisas tão antidemocráticas, um verdadeiro acinte contra a ordem estabelecida, uma agressão ao senso comum.
Estamos na véspera da comemoração da Proclamação da República, uma data que assume um novo significado após o resultado das eleições recentes.
O povo brasileiro escolheu os deputados, senadores e o presidente, numa eleição limpa, legitimadas pelo TSE e também pelo parecer posterior das Forças Armadas, algo desnecessário.
As cores da nossa bandeira voltarão ser todo o povo brasileiro, e Deus voltará a ser de todos, pois sabemos que “Deus é brasileiro”
. O primeiro desafio da nova gestão é unir novamente o nosso povo, brasileiros dos quatro cantos unidos num ideal patriótico de desenvolvimento com justiça social.
Unir nossa gente e um combate pragmático às desigualdades sociais e à pobreza, integrar milhares de brasileiros à vida nacional decente e digna, pois temos uma terra fértil e, como se dizia “se cuspindo tudo dá”.
Porém, não podemos nos descuidar do mercado, das instituições econômicas e financeiras, e, para isso precisamos de um “norte”, que no meu entendimento é o aumento de produtividade nacional.
Produzir mais e melhor com os mesmos recursos, com menores custos, combatendo toda a forma de desperdício.
Sabemos que a Economia tem muitos componentes subjetivos, comportamentais e, nesse sentido, temos que criar e manter expectativas favoráveis, estimular o otimismo e a confiança nas classes produtoras, enfim “não deixar o astral cair”.
Quando se fala ou se noticia que o “mercado está nervoso”, fala-se de um modelo complexo, sólido e ao mesmo tempo muito débil e sensível às fofocas e notícias desencontradas, produzidas intencionalmente, pois, sabemos que o mundo concreto é uma guerra, uma luta nem sempre limpa e cordial.
Um dos pilares do capitalismo é a livre concorrência, onde as empresas competem num jogo acirrado, e, cada vez mais o marketing é um instrumento poderoso, mais sofisticado e eficaz.
Esse quadro deve persistir, o Brasil necessita de um capitalismo saudável e ambicioso, com pretensões internacionais, pois como já dizia um poeta: “sejamos imperialistas”. Foi uma vitória eleitoral dura e espremida, esse é o quadro.
Agora é o momento da retomada democrática, da racionalidade e da união nacional!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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