Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo na tranquilidade da minha casa, ouço música estilo “new age” e, também, o ruído dos automóveis e motocicletas que passam na avenida.
Eventualmente, ouço vozes humanas, provavelmente de pessoas que vão ou estão voltando da Marejada, pois sabemos que outubro é o mês das festas catarinenses.
Já estive nas festas em Brusque e Blumenau, tudo organizado, limpo e com boa música, como se estivéssemos na Alemanha. Observo nessas festas gente de toda a parte do país, multidão que busca o encanto e a magia que nossa gente catarinense sabe promover, oferecer e também desfrutar.
Estamos quase no auge do processo eleitoral, uma disputa tensa, onde os ânimos estão acirrados e, logo, teremos os resultados finais e definitivos.
Em artigo anterior expus a minha preferência e torcida pelos candidatos, sendo que as pesquisas se estabilizaram e mostram a vantagem na reta final; provavelmente venceremos.
Devemos lembrar que o jogo só termina quando o juiz apita e o bom combate deve ser combatido até o ponto final.
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Teremos muita alegria de um lado e decepção, assim caminha a Humanidade.
Tenho insistido em diversos artigos anteriores na necessidade de preservarmos a normalidade democrática, “quem ganhou, leva” sem complicação alguma, pois até agora o jogo foi limpo, dentro da concepção do mundo real, sabemos que, na verdade, não há guerra limpa, sempre ocorrem os excessos de ambas as partes e eu, um simples cidadão, confio plenamente na justiça eleitoral e, tenho um profundo respeito pelo Supremo Tribunal Federal, o guardião da Constituição.
As eleições mexem com os nervos, a adrenalina sobe, surgem discussões ásperas, apaixonadas, porém, torna-se necessário jogar “água fria” e sempre apelar pela paz, pela paz, pela aceitação dos resultados, doa a quem doar.
Os mais prudentes dizem que “não se contar com o ovo dentro da galinha”, de modo que esses dias transcorrem tensos e repletos de ansiedade política.
Para quem viveu a Ditadura Militar, o que se denominava “estado de exceção”, não pode aceitar os retrocessos, os atos antidemocráticos, a violência política dos porões, torturas, exílios, desaparecimentos, a coisa foi pesada demais, basta olhar o livro “Tortura nunca Mais”, um relatório emocionante dos danos para a maioria que não concordava com a ordem dominante.
Um dos momentos mais emocionantes e férteis que eu vivi, foi no após Diretas Já, eu voltei a morar no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, trabalhava na rua da Passagem e ouvia e cantarolava a músico do Chico Buarque: “Vai passar….”.
Sim, de fato essas trevas passageiras, esse brincar de ameaçar golpes e desconfiança geral nas estruturas democráticas, vão passar e, voltando ao mesmo compositor também lembro os seguintes versos: “amanhã vai ser outro dia, hoje é você que manda, porém….”
Lembro que essa emoção deve ser contida, prudente, cautelosa, pois como diz o poeta Vinicius de Morais: “são demais os perigos dessa vida para quem tem amor”.
De fato, a noite é tranquila e confesso que estou gostando desse novo espaço de trabalho e criação.
Expectativas otimistas, naturalmente.
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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