Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo nesta manhã de quinta-feira, chuvosa e fria, organizando as minhas ideias, motivado para escrever boas mensagens aos leitores.
Em artigo anterior, escrevi sobre a minha visão do mundo, um salutar exercício de análise de conjuntura, a partir da percepção do fim da pandemia que tanto flagelou a Humanidade.
Realisticamente, sabemos que o pesadelo não acabou; muita gente ainda está contaminada e contaminando, essa é a lógica de uma pandemia cruel, com desdobramentos ainda imprevisíveis.
A economia mundial está se recuperando, as encomendas aumentam e, por conseguinte, as variações dos preços, fundamentadas, por escassez de insumos, e por outro lado, a especulação econômica, normal em uma economia capitalista.
Sabemos que o que se denomina de “lei da oferta e procura”, não é simétrica, apenas em hipóteses de uma concorrência perfeita, inúmeros compradores diante de também inúmeros vendedores, algo que na vida real não existe. Desde novo, aprendemos o conceito de “oligopólios” e também de “monopólios”, um perfil mais aproximado da realidade em que vivemos, acentuado pelas novas tecnologias digitais, mais poderosas e instantâneas.
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Eu costumava falar aos meus alunos sobre o efeito “sonrisal”, a instantaneidade, e a ubiquidade, ou seja, o capital está presente em todos os cantos, e, sempre em busca de maiores taxas de retorno. Se um mercado está inseguro e pouco rentável, transfere-se o recurso para outros mais atrativos em questão de segundos, o instante de apertar um botão.
Nesse sentido, penso na necessidade de nós, brasileiros, lutarmos por um estado forte e democrático, não dando muito espaço para o capital especulativo, os denominados “smart Money”, o dinheiro esperto, apátrida e ávido por resultados positivos, crescentes.
A resposta naturalmente, é promover um grande desenvolvimento interno, investimentos pesados em infraestrutura, portos, aeroportos, hidrovias, equipamentos urbanos e assim por diante, promover uma revolução de “ferro e concreto”.
Mesmo que possa ter um caráter desequilibrador inicial, vai gerar muito emprego, com bons salários e, principalmente, mexer com o espirito empreendedor de nossa gente.
Para isso tudo, precisamos de um governo competente e sensível aos grandes desafios de tirar uma boa parcela do povo brasileiro da miséria. Estatística recente mostra que 33 milhões de brasileiros vivem à margem do mercado, em pobreza radical, o que é uma vergonha para o nosso país, “gigante pela própria natureza”.
Aproveito este espaço final para falar sobre um personagem histórico, em um livro que eu li, recentemente, intitulado “Pedro, o Grande, Czar da Rússia/ o Caçador do Tempo”, de Luiz Fernando Silva Pinto, Editora Fundação Getúlio Vargas, com Prefácio de Roberto Campos, uma das mentes mais brilhantes que o nosso país já teve.
Lendo o livro, me senti convidado a repensar o potencial do nosso país, também continental, com recursos inimagináveis, dispondo de um clima generoso e um solo fértil e cultivável.
Pedro, o Grande (1672-1725), modernizou a Rússia, abriu os mares Báltico e Negro para a navegação, construiu São Petersburgo, cidade moderna e planejada, tal como Brasília e Alexandria.
Um exemplo importante para todos nós que sonhamos com um Brasil Grande!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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