Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo nesta manhã cinzenta, ouvindo jazz saxofone (Coleman Hawkins) organizando algumas ideias para o artigo, um compromisso e um dever com os meus leitores. Certamente é um privilégio poder escrever e comentar sobre os fatos que nos afetam diretamente enquanto cidadãos, nesse terceiro milênio.
Vivemos numa cidade privilegiada, um ponto importante na esfera mundial, com o seu porto, aeroporto e sua interação permanente com tantas nações; Itajaí tem muito de uma cidade cosmopolita.
Basta irmos nos molhes da praia da Atalaia e vermos os movimentos dos navios, ou então, sentirmos o barulho dos aviões que sobrevoam nosso céu, trazendo e levando pessoas, em um intercâmbio incessante, dentro dos padrões modernos da civilização capitalista, “tantos negócios e tantos negociantes”.
Como veterano professor do Curso de Administração procuro ficar atento às leituras e às analises de conjuntura, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, torcendo, naturalmente para que os frutos desse macro esforço sejam distribuídos, dentro do possível, para toda a população, nós, os denominados seres humanos.
Não posso aplaudir um desenvolvimento concentrador e excludentes, e, toda a discussão democrática dos últimos dois séculos passa necessariamente pela questão da distribuição de renda, a base fundamental das democracias modernas.
Quanto maior e melhor a democracia, melhor a vida das pessoas, mais recursos destinados ao bem comum e mais economia na “máquina da repressão”, pois sabemos que os orçamentos militares policiais são astronômicos em todo o mundo civilizado.
Não sou tão ingênuo em pensar ou apregoar um desarmamento global, uma tarefa gigante e inútil, pois, a humanidade, de fato, nunca teve paz.
Parece sempre atual a antiga orientação “se queres ter paz, te arma”. São inúmeros os problemas de fronteira, de disputas por território, e, todos sabem, que a maior parte dos conflitos se fundamenta na busca de mais poder, principalmente assegurar o acesso às fontes de matéria prima, aliás, de todos os tipos de suprimento.
Pensamos no petróleo, inicialmente, porém, entra nessa lista os metais nobres, as terras raras, o uranio, porém, existem muito mais interesses nisso tudo principalmente a água potável.
Lemos com interesse o grande esforço do governo Biden em retomada do desenvolvimento nacional, conhecido pelo lema “Build Back Better” (construa de novo melhor), algo assim na tradução, ou seja, um convite ao investimento total, infra estrutura até pequenas reformas domésticas.
Fazer a economia aquecer, escapar da estagnação da pandemia. Um crescimento total, atingindo toda a economia, aumentando as encomendas nas indústrias e serviços, destinando para isso uma dotação orçamentária gigantesca.
Esse modelo nos remete à antiga e tradicional visão do notável economista britânico, Keynes, sobre a necessidade dos macros investimentos estatais, o estado gastando diretamente para estimular a economia como um todo. Devemos e podemos seguir esse exemplo do governo Biden, nos Estados Unidos. No entanto, para isso precisamos de uma liderança forte e com ampla visão, respaldada por uma democracia sólida.
No meu entendimento, o atual governo, conseguiu desperdiçar esse precioso capital inicial de prestigio e credibilidade.
Vamos aguardar o próximo governo, afinal, Deus é brasileiro!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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