OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO : SOROS/SOCIEDADE ABERTA/

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Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Estou lendo George Soros, “Em Defesa da Sociedade Aberta”, Editora Intrínseca, 2019; na tranquilidade da minha casa, protegendo-me da pandemia, mesmo tomando as duas vacinas. Já conhecia outros livros do autor, disponíveis na Biblioteca da Univali, além de muitos artigos referentes a esse megainvestidor, judeu-húngaro-norte-americano.

Assisti também algumas palestras de Soros, graças as possibilidades oferecidas pela internet, Youtube, principalmente, onde podemos perceber a inteligência e a simplicidade, sem falar na elegância com que trata os seus interlocutores.

Nas minhas aulas de Empreendedorismo, sempre destacava algumas entrevistas e artigos de Soros, tendo como objetivo, estimular aos alunos ao sempre presente desafio de “pensar grande”, escapar ao senso comum e nunca ter receio de serem ousados e prudentes, também.

Sempre gostei da utilização de modelos de sucesso empresarial, pois, deixo bem claro a minha posição em relação à iniciativa privada.

Penso que o nosso país precisa cada vez mais de empreendedores, gente que saiba vislumbrar horizontes mais amplos, tendo em vista sempre o conhecido lema: “pensar globalmente e agir localmente”, ter os pés no chão, porém olhar o mundo como espaço amplo de oportunidades, sem perder a poesia.

Não precisar ser necessariamente o “capitalismo selvagem”, predador, espaço da deslealdade e oportunismo corrosivo.

https://www.instagram.com/reporteradilsonpacheco/

Essa concepção de modelo de sucesso, de décadas passadas foi superado, por vários fatores, principalmente pela pandemia global, a grande peste dos anos vinte do terceiro milênio, exatamente a que estamos vivendo agora nesse momento, com máscaras, álcool gel e hospitais superlotados, apesar do avanço das vacinas.

Vidas preciosas foram ceifadas, em todos os países, ricos e pobres, mostrando que a condição humana é muito vulnerável e frágil, e que quando morremos nada levamos para o além. Nunca é demais pensar que “és pó e ao pó voltarás”.

George Soros, nascido em Budapest, Hungria, em 1930, continua, nos seus noventa anos, um homem ativo, trabalhador, estrategista e um grande fomentador da filantropia, disseminando ajuda e também uma filosofia orientada para sociedades abertas, avessas ao autoritarismo, uma tentação esboçada no governo Trump, em alguns países europeus e, aqui também, no nosso país tropical.

Não podemos desperdiçar os ganhos civilizatórios, as vantagens que a democracia nos oferece, a possibilidade de eleições livres, sempre, sendo soberana a vontade popular. Soros tem uma biografia admirável, filho de uma classe média alta húngara, educação de elite, sobreviveu ao nazismo, aprendeu a ganhar dinheiro em Londres e tornar-se bilionário nos Estados Unidos.

Apesar de sua genialidade e ousadia no mundo das altas finanças, especulador inigualável (praticamente quebrou o Banco da Inglaterra), Soros sempre teve uma paixão pela filosofia, pela investigação lógica, sendo um brilhante aluno do filósofo austríaco-inglês, Karl Popper.

George Soros desenvolveu uma metodologia de observação e atuação no mercado financeiro, denominada “Reflexividade”, um modo especial de olhar o mercado, os fenômenos das Bolsas de Valores, dos grandes fluxos financeiros, combinando o conhecimento e a manipulação da realidade.

Quando um aluno me pedia sugestão sobre o seu futuro profissional, eu sempre sugeria e sugiro George Soros, um bom modelo de êxito.

 

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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