Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo na tranquilidade de minha casa, ouvindo música (Mozart/ Réquiem), preparando o meu próximo artigo, um dever semanal, uma forma singela de comunicação, despretensiosa e bem intencionada. De fato, a música clássica inspira a dança das ideias, a alegria de estar vivo e saudável, cheio de curiosidade intelectual e a busca incessante de bons caminhos para sempre “combater o bom combate”. O inverno chegou na cidade, o frio, proteger o corpo com a lã e pensar.
O conforto do meu corpo e da minha casa simples não me deixa acomodado, naturalmente, pois, sabemos que todos temos responsabilidade com o bem comum e, cabe ao intelectual oferecer ideias, provocar debates, coisas que fiz durante toda a minha vida profissional enquanto professor e conselheiro.
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Agora, como comunicador de uma rádio comunitária tenho a oportunidade de entrevistar gente boa, pessoas relevantes no sentido de repassarem ao público boas mensagens, boas propostas. Recentemente, entrevistei um empreendedor de base tecnológica, um competente profissional que oferece soluções de energia renováveis, de um modo mais específico, placas que aproveitam a energia solar.
Enquanto veterano professor de Empreendedorismo, fiquei à vontade para perguntar e argumentar, procurando ouvir mais e aprender com uma solução simples e eficaz, que, provavelmente será uma saída para própria preservação da civilização humana: a energia alternativa ao petróleo, principalmente. O foco central da entrevista foi a energia solar, porém, sabemos que o debate se estende a outras variantes tais como a energia eólica, o aproveitamento do vento, tão abundante em algumas regiões do Brasil.
Porém, a energia solar é mais fácil e disponível em toda a superfície de nosso território, e, a instalação e a operacionalidade são relativamente simples. Todas as residências poderão e deverão ter as suas unidades de captação e transformação da energia solar em energia utilizável, foi o que o nosso entrevistado garantiu.
Ele é do ramo e já trabalha muitos anos com esse promissor filão de negócio. O momento é propício, haja vista que estamos diante de um sinal amarelo alertando sobre a precariedade de nossas hidrelétricas, o baixo nível dos reservatórios, causados pelas escassas chuvas, alteração climática e desmatamento. De fato, não é um problema especificamente nacional, uma ameaça global, que deverá ser equacionado com todo o rigor técnico e empenho patriótico, isso, caso queiramos manter o atual nível de atividades que caracterizam a civilização moderna.
No decorrer da entrevista, surgiu um detalhe que não é pequeno: a informação de que os equipamentos de captação de energia solar são de procedência chinesa, são importados na sua totalidade da China comunista, uma potência militar, industrial e cientifica cada vez mais forte e atuante no mundo.
Esse fato relevante suscita outra discussão sobre o problema da desindustrialização brasileira, o esvaziamento de nosso potencial produtivo e industrial. Perdemos o nosso ímpeto produtivo, a auto estima de nossos empresários industriais está muito baixa, estão fechando suas fábricas e se transformando em importadores de equipamentos chineses.
Esse é um debate importante para pensarmos a nossa retomada desenvolvimentista.
Boa entrevista!!!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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