Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo nessa manhã fria e chuvosa quase chegando no inverno catarinense. A mente cheia de ideias poéticas e políticas, sentindo os pingos de chuva no telhado e pensando a conjuntura atual, um observador atento, um simples cidadão brasileiro.
Chegamos a meio milhão de mortes por Covid-19, duas mil mortes diárias, uma tragédia nacional, um fato doloroso que estará sempre registrado nos anais de nossa história, algo como um fato vergonhoso. Poderíamos ter evitado uma parte substancial desses óbitos.
Certamente, faltou a Engenharia de Produção, os procedimentos certos de tempos e movimentos, a logística apurada, a qualificação da mão de obra, e, o mais importante o comando central, a vontade determinada de vencer a covid por parte do poder executivo. Faltou visão patriótica e muita compaixão humana, considerou-se mais importante o passeio de moto pelas metrópoles, sem máscara, um desfile fúnebre e sádico, uma obsessão pela reeleição.
Nós, que já fomos a 6ª economia do mundo caímos para 12ª, e, notícia recente, lida no jornal Valor Econômico, desse final de semana, informa que o Brasil recua em ranking de competitividade, está lá em baixo, num conjunto de 64 países. Também o Índice de miséria dispara, é o maior em nove anos.
Define-se “índice de miséria” como um indicador que engloba a soma da taxa de inflação com a taxa de desemprego, o que nos obriga a pensar e expor algumas considerações, pois, sabemos que todos nós somos responsáveis pelo futuro da nossa pátria.
Não precisamos apenas interpretar os índices disponíveis, mas, entrar num supermercado, ou num Posto de gasolina, para sentir a alta dos preços, a pressão inflacionária, um quadro perigoso diante de tantos desempregados, tantos “barrados no baile”, gente sem perspectiva alguma.
Esse é um aspecto importante que não podemos ignorar, pois sabemos que o verdadeiro desenvolvimento implica justiça social, sendo que a verdadeira estabilidade advém na busca do pleno emprego e desenvolvimento sustentável. Muita gente esperava mudanças concretas do atual governo, e o resultado das urnas seria a busca da “nova política”, alguém que provocasse uma ruptura com os procedimentos usuais, dos antigos governantes.
Nada aconteceu, o prestigio inicial que todo governo vitorioso nas urnas tem, coisa normal, foi desperdiçado muito rapidamente, pois o presidente eleito não era “do ramo”, não sabia e não sabe governar, pouca habilidade, tal como aquele jogador medíocre que tenta jogar para torcida e simular falta para impressionar o juiz, coisa já “manjada”.
Observamos com entusiasmo o desenrolar da CPI, uma investigação democrática, legítima, que cada vez mais demonstra que “o rei está nu”. Aproveito ainda este final de artigo para reforçar a alegria de ver a nossa Itajaí, forte e próspera, nessa semana do aniversário, 161 anos, um modelo para todo o Brasil.
Não é à toa que os investimentos estão vindo sempre, ofertas de emprego e uma concepção de sustentabilidade admirável, atingindo índices de credibilidade junto à população e também aos observadores externos que divulgam nosso potencial palpável.
Está cada vez mais atraente viver em nossa “Pequena Pátria”.
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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