OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO: CRISE ENERGÉTICA

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Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Iniciamos junho com o frio e a chegada das tainhas, tão presentes em nossas memórias, em nossas casas, “o peixe na mesa”.

Porém, lembramos também o grande número de desempregados, de excluídos, gente sem perspectivas, “os barrados no baile”.

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A economia está reagindo e o PIB catarinense voltou a crescer, não podemos esquecer que o nosso estado é uma ilha de prosperidade, onde o espírito empreendedor circula em nossos corações e mentes.

As recentes manifestações nas ruas das principais cidades brasileiras revelaram que, certamente, há uma luz no final do túnel, que temos alternativas concretas para recuperarmos os rumos da plenitude democrática, “apesar de você, amanhã vai ser outro dia”. Estamos diante de um problema concreto que poderá afetar consideravelmente a nossa retomada do desenvolvimento econômico: a escassez da oferta energética, o baixo nível de nossas represas, comprometendo a produção de nossas hidrelétricas.

A água está escasseando pelas poucas chuvas, pelo desmatamento e o assoreamento dos nossos rios. Um problema concreto, que, mais cedo ou mais tarde ocupará o centro de nossas preocupações. Não é um problema do atual governo, somente, temos que ser justos e abertos à recente história brasileira, da nossa crônica ignorância ambiental, uma insensibilidade ecológica e ideológica, comum à direita e também à esquerda política. Um debate relativamente tardio tem que voltar a ocupar o primeiro plano de nossas preocupações, uma questão que não é somente brasileira e sim a proximidade de uma tragédia mundial.


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Sabemos que todo o ritmo e intensidade do desenvolvimento industrial e urbano necessita dos insumos fundamentais, petróleo, carvão e energias alternativas, térmicas, eólicas, solares, etc. Lembro-me que esse assunto já estava presente nos meus tempos de calouro de Engenharia na UFRJ, em 1973, ano da grande crise dos preços do petróleo, da OPEP, uma ameaça concreta, a alta dos preços do barril de petróleo com a consequente repercussão nos preços gerais.

Esse fato novo na economia mundial marcou certamente toda aquela geração de estudantes, de um modo especial aos jovens engenheiros comprometidos com a questão da emancipação tecnológica e energética nacional.

O general Presidente Geisel deu uma demonstração de inteligência e visão patriótica ao assinar o famoso Acordo Nuclear com a Alemanha, um fato relevante, um confronto direto ao colonialismo norte americano vigente.

 


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No campo micro estratégico, disseminou-se uma cultura de tecnologias alternativas, um desafio às mentes férteis dos estudantes e profissionais da Engenharia, com a formulação de biodigestores eficientes, de pesquisas sobre a energia do vento e do sol, e um trabalho gigante desenvolvido pela Finep/Ceags (atual Sebrae) no campo da eficiência energética nas fábricas, correção do fator de potência, e uma manutenção preditiva e corretiva dos inúmeros motores  desperdiçadores de energia: uma verdadeira cruzada contra o desperdício.

Nossa base curricular, impregnada de Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos, Processos Industriais, nos possibilitava solucionar boa parte dos desafios apresentados.

Finalizando, sugiro a todos que assistam o importante Documentário, “Não há Amanhã”, 35 minutos, disponível no Youtube, uma reflexão séria e realista sobre as ameaças que rondam nosso futuro.

 

 

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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