OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO : ESPERANÇA / PINK FLOYD

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Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Escrevo nesta manhã ensolarada de sábado, ouvindo Pink Floyd, (ANIMALS), com a cabeça cheia de disponibilidades, ir na Atalaia, tomar um banho de mar e voltar pela beira rio, sem camisa, o sol no meu corpo.

Poderia ter outra trajetória, também, ir de zica pela rua Hercílio Luz, chegar no mercado pública, ver pessoas, peixes, e, quem sabe, os livros usados, no chão, um sebo ao ar livre. Ficar em casa, no conforto cotidiano, ouvindo um som inglês, remetendo-me à década de setenta, num espaço público ou fechado, pensando ou “curtindo” o rock, talvez uma música alienada, ou futurista, afinal de contas, havia a guerra do Vietnam.

Tenho pouca familiaridade com o rock, porém, Pink Floyd me conduzia sempre ao que sobrou da Revolução Industrial Inglesa, que sempre me atraia, a máquina a vapor, o aço, as ferrovias, o império britânico e a racionalidade da Engenharia de Produção, os fundamentos e os propulsores do Capitalismo moderno, “tanto negócio e tantos negociantes”.

Também, a mencionada música poderia me transportar para as entranhas, os labirintos da minha cabeça, a subjetividade, a neurose ou a paranoia, pois sabemos que “o sistema mata”. O medo do sumiço nos aparelhos da repressão estavam presentes naquelas mentes lúcidas que compreendiam as contradições do sistema.

 

Os entendidos ainda percebem umas trevas quando se fala na famigerada Barão de Mesquita. Ouvir uma boa música nessa manhã ensolarada faz bem, não traz necessariamente uma paz que traria um canto gregoriano, ou então os famosos Madrigais de Monteverde, viva Veneza. Lembra também as aulas de Cálculo e Física, a Mecânica Racional e os estudos coletivos no Leblon, numa rua que poderia ser a Visconde de Albuquerque.

O som também nos conduz à periferia de Londres ou do Rio de Janeiro, uma musica democrática que agrada e mexe com os ouvidos de todas as classes sociais, gente ouvindo Pink Floyd, no topo da Rocinha, vista panorâmica, lá embaixo eu vejo com clareza a praia de São Conrado, onde vivem os bacanas. Há um respeito pela filosofia inglesa, a Lógica, o utilitarismo, Isaac Newton, David Hume e a tolerância de Locke, assunto obrigatório para quem se adentra nas colunas.

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Ouvir o rock em Itajaí é salutar, produz um entretenimento, de certa forma, nos faz esquecer da pandemia, dos quatro mil óbitos diários, o cerco severo, e tal como um gladiador romano, podemos dizer: “Ave Cesar, os que vão morrer te saúdam”.

É o choque da realidade, tal como naquelas longas viagens oníricas e intelectuais, pensava-se com muita nitidez, “o sonho acabou”, e o som das pás cavando as sepulturas é real, ritual curto, poucas palavras evocativas e a terra nos cobre.


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O bom dessa música que eu ouço nesse momento é que ela é sempre atual, não tem data, atravessou várias décadas, e continua vanguarda nos anos vinte do terceiro milênio, em Itajaí, Londres ou Vladivostok, pois sabemos que a Arte é universal.

Não podemos perder a esperança, fé na Ciência, na Misericórdia Divina e na Arte!

 

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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