OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Iniciamos fevereiro, gratos pela saúde e lucidez, apreensivos com o sofrimento de tantas pessoas próximas, seres humanos, brasileiros e não brasileiros. Mergulhados na pandemia, observamos saídas, soluções que passam por medidas de proteção e, principalmente, pela aproximação redentora das vacinas.

Não podemos cair no desespero, muito pelo contrário, acreditar nas possibilidades da Ciência moderna, do conhecimento científico acumulado, pensando que tudo isso deveria pertencer ao bem comum. Quando se trata de catástrofes, de ameaça à sobrevivência coletiva não se pode interpor interesses comerciais, lutas por monopólio e hegemonia, pois o que está em jogo é a sobrevivência da espécie humana.

Vivemos numa aldeia global, cada vez mais interligada e integrada, em inúmeras malhas de fluxos de informação. A leitura e o estudo do filósofo chinês Yuk Hui, nos obriga a pensar na Tecno diversidade, as diversas concepções do todo, no que ele denomina de Cosmo técnica, pensar os diversos fluxos de tempo, algo que pode convergir para o Apocalipse, ou não, pois, o pensamento não para, e pouco sabemos do Fim.

Cada vez mais me convenço que o poder chinês passa pela sofisticação da ciência, tecnologia e, principalmente, filosofia, pois eles têm se apropriado de tudo o que é bom no Ocidente, inclusive o pensamento logico-epistemológico.

Tomando banho na Atalaia, olho o horizonte e avisto sete navios, de grande porte, aguardando a sua vez para se adentrarem em nosso rio, para trazerem e levarem mercadorias. Sete navios, lá fora, lembrando alguns que “sete é a conta do mentiroso”, porém é real e, cada vez mais a nossa cidade está inserida na globalização, um ponto importante nas complexas malhas do comércio internacional, uma perspectiva alvissareira. Enquanto muitas regiões do país estão estagnadas, Itajaí desponta como uma cidade próspera, promissora, de grande futuro, destinada a ser, em médio prazo, uma metrópole, aglutinando outras cidades, espraiando-se por essa vasta planície do Vale, atraindo pessoas, investidores, empreendedores exalando prosperidade.

Naturalmente, devemos refletir sobre o tipo de desenvolvimento que queremos, livrando-nos dos paradigmas que nortearam o desenvolvimento urbano pós revolução industrial.

Uma cidade próspera, rica sem perder sua ternura, o seu encanto pelas belezas naturais, fauna e flora e, certamente, o capital mais importante, a simpatia e a capacidade de acolhimento de nossa gente.

Gosto de pedalar com a minha zica, simples, por nossa cidade, olhando os navios, sim, os grandes navios, potentes e absolutos, “tanto negócio e tanto negociante”. Gosto também de olhar as casas, os quintais e jardins, a particularidade de cada espaço, onde se busca a paz e tranquilidade de se estar em casa.

Penso a globalização com os olhos abertos para o mundo, estar atento ao pensamento do filósofo chinês, ao misterioso oriente, o surgimento do “novo” nas diversas partes do planeta terra, pois o pensamento filosófico nos liberta e nos dá instrumentos para encararmos o “pensamento único”.

Por outro lado, é por demais atraente, na harmonia de uma morada simples, ouvir os passarinhos, aproveitar a sombra das árvores e agradecer o dom da vida.

 Desenvolvimento Sustentável.


Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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