Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo nessa tarde chuvosa, na tranquilidade simples e inspiradora do meu ambiente de trabalho, ouvindo música e pensando em alguns temas para realizar esse artigo. Escrevo com regularidade, há muito tempo, um hábito arraigado no meu estilo de vida, extravasando um gosto ou necessidade de me comunicar. Repassar ideias, transmitir às pessoas sentimentos construtivos, coisas que possam fazer bem e provocar alguma inspiração adiante, pois, nós, educadores, sabemos que é como se fossem “velas acesas transmitindo fogo e luz a outras velas”, apagadas, semi apagadas, entristecidas e desanimadas. Tudo isso num eterno movimento de expansão, de disseminação de conceitos e pontos de vista, sempre dentro do pressuposto democrático, pois sabemos que ninguém é dono da verdade.
Tenho recebido bons comentários acerca das coisas que escrevo, gente generosa que me estimula a escrever sempre, que apreciam o meu estilo, pois, de certa forma, ajudo a provocar boas recordações, coisas boas do passado que já se foi. Às vezes, sinto-me um memorialista, alguém que caminha pelas trilhas da vida, como se estivesse fazendo o caminho ao contrário, olhando desesperadamente para o século que já passou.
Porém, sou um aquariano, um homem orientado para o futuro, para as coisas boas que nos aguardam pela frente, pois Deus é bom e misericordioso, mostra-nos o caminho, sempre justo e perfeito. Estou me aproximando do meu aniversário, pois conforme diz a minha certidão de nascimento, nasci no dia vinte e um de janeiro de um mil e novecentos e cinquenta e cinco, em casa, no tempo das parteiras, no Beco do Inferninho, perto do campo do Barroso, em Itajaí. Parto normal, provavelmente.
Estou comemorando sessenta e seis anos, bem vividos, saudável, lúcido e muito inspirado para falar, cantar e escrever coisas boas. O coração repleto de paz, a “a paz profunda”, dentro da simplicidade de um homem comum que aprecia muito pedalar a zica pelas terras planas de Itajaí, bicicleta sem marcha, comum, freio de pé, com uma cestinha na frente, para carregar tudo aquilo que deva ser carregado; não muita coisa.
Carrego sim, sempre boas ideias, eu penso, como se ainda fosse aquele antigo aluno do Salesiano, alguém ocupado com a matemática e a filosofia, os livros textos, os exercícios e o futebol simples e despretensioso, pois, após a Copa do Mundo de 1970, nada mais aconteceu. O mundo parou em Itajaí, no tricampeonato, nos “noventa milhões em ação”, meus quinze anos, o gosto pela filosofia e o sonho da cidade grande; dizer como César: “Vim, Vi e Venci”. O ano perfeito, 1970, primeiro científico, bom aluno no Salesiano, notas boas, futebol juvenil no Barroso, medalhas “Honra ao Mérito”, ir de bicicleta até Cabeçudas e o banho de mar.
Talvez, se fosse verão, ir no Farol, apanhar goiaba, olhar o horizonte do mar, imenso mar, e, descer prazerosamente o morro de Cabeçudas, até o Iate, quase sem pedalar, pois, a Física nos ensinava o “g” da gravidade, a cinemática e a quantidade de movimento, a inércia, Galileu, Isaac Newton, Dom Bosco.
Feliz Aniversário!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
NR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.