Célio Furtado –Engenheiro e professor da Univalicelio.furtado@univali.brPassadas as eleições municipais, afora algumas capitais, a vida volta ao normal, aliás a um novo normal, pois, estamos, certamente, diante de uma nova onda da pandemia.A vida segue com as Unidades de Terapia Intensivas lotadas e, aparentemente, muito descuido na vida pública das pessoas, praias, festas, restaurantes; vimos, infelizmente, um descuido geral, de modo que teremos muito sofrimento ainda pela frente. O provável resultados das eleições nas grandes cidades brasileiras, (o denominado segundo turno), reforçará uma tendência geral da sociedade brasileira para um liberalismo político e econômico mais acentuado, percebendo-se uma repulsa às grosserias e desmandos advindos do amadorismo.
Política não é para amadores, trata-se de um exercício feito por profissionais, gente experimentada e que “é do ramo”, que vai adquirindo credibilidade junto ao eleitorado, através dos anos, com vitórias e reveses; a própria lógica da vida.Tenho por hábito, após as eleições, ler e reler o resultado das apurações, no meu caso, o encarte do “Diarinho”, com toda a votação, desde o campeão até o “lanterninha”, para pensar e fazer o meu mapa pessoal e despretensioso, sobre o poder local. Um bom momento para se refletir sobre a condição humana, as vaidades, as ambições, as expectativas excessivas, não realizadas.Qualquer candidato que se submeta à votação pública, aprende necessariamente quão ilusórias são as promessas humanas, os “tapinhas nas costas”, o grito eufórico do “já ganhou”, pois, a dura ilusão vem nos resultados finais incontestáveis. Escrevo esse texto de um modo respeitoso, talvez com uma certa ponta de inveja, pois, de fato, eu nunca tive a coragem de me candidatar a nada, uma atitude explicita de covardia, confesso. Para as pessoas amigas que me levam em consideração e me provocam: “Célio, tu és tão popular, deverias te candidatar”, eu respondo, “sei dos meus limites e, o conjunto dos meus eleitores, cabem, confortavelmente, numa Kombi”.
Vejo na lista do Diarinho, votação minguada de gente que esperava mais de mil votos e, colhe, timidamente, cem votos, e assim por diante, pois, desse modo é que caminha a humanidade. Maquiavel, já nos ensinava que nunca se deve “tirar a vaidade de um tolo”, o sábio florentino dizia “deixa acontecer, finja que acredita e vai tocando os teus negócios”. Todos nós temos um certo grau de narcisismo, normalmente a nossa avaliação diverge em muito o real, como se estivéssemos diante daqueles espelhos mágicos que deformam, fazem o magro ficar gordo, o careca ficar cabeludo, uma experiência deveras engraçada. Porém, essa é a vida real, assim somos nós humanos, insaciáveis pelo poder, e, olhando de um modo positivo, assim é que funciona a democracia, o direito de cada um sonhar e expressar a sua condição humano, esquecendo-se da frase explicita na entrada do Cemitério da Fazenda:“lembra-te homem, que és pó e ao pó voltarás”.Particularmente, o resultado das eleições me agradaram “em cheio”, no plano municipal e federal. Gostei!Aos que venceram, nossas felicitações e pleno êxito na condução da coisa pública.Viva a Democracia Brasileira!Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.brNR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.