OPINIÃO DE CELIO FURTADO: CENÁRIO CATARINENSE

0
637

Célio Furtado –
Engenheiro e professor da Univali
celio.furtado@univali.br

Estamos na última semana de outubro, vivendo a vida sem pressa, tentando aproveitar os bons momentos e a serenidade que a vida saudável nos oferece, na plenitude da vida adulta ou no que se denomina “melhor idade”.

  Particularmente, sou muito grato pelo privilégio de poder viver uma vida simples, despretensiosa, com a sensação do dever cumprido e com a consciência tranquila por ter cumprido bem um dos mandamentos: “honrar pai e mãe”, o que aparentemente, seria o mais fácil. Tenho manifestado em meus artigos uma certa inclinação memorialista, um olhar mais curioso sobre o passado, a curta duração de uma vida humana, nada mais do que uma “piscada de Deus”, com se fala na linguagem cotidiana.

   Nesse sentido, interpreto o quarto mandamento como uma obediência tácita aos ensinamentos adquiridos no decorrer da evolução da vida em família, orientações e conselhos do pai e da mãe. Por exemplo “não mexer naquilo que não te pertence”, uma simples recomendação que tem uma implicação profunda na consolidação ética de uma personalidade infantil, um imperativo fundamental para toda a vida, ou seja, uma aversão e repugnância à toda modalidade de corrupção, pequena ou grande.

    Vivemos momentos especiais, no território catarinense, com o afastamento do governador Moisés, um fato relevante que nos faz pensar, uma notícia negativa para a imagem de Santa Catarina, um dos estados mais empreendedores, do minifúndio, da pequena propriedade, da miscigenação étnica bem sucedida, um sonho europeu realizado no novo mundo.

   Temos que pensar e “botar a barba de molho”, em relação a alguns fundamentos, uma sacudida na mentalidade dominante, de que “a velha política” tem que ser enterrada, de que precisamos de gente nova, sem vícios, formação técnica e tantas lorotas mais. Infelizmente, a nação brasileira está o mergulhada num delírio estonteante, uma lavagem cerebral de caráter irreversível, ou como diria um já falecido cronista Stanlisnau Ponte Preta, no seu FEBEAPÁ, “festival de besteira que assola o país”.

    O oficial bombeiro Moisés, encarnou a esperança de algo novo na política barriga verde, que sempre teve nomes de grande envergadura como Nereu Ramos e o ilustre itajaiense Antônio Carlos Konder Reis, um homem que tinha um zelo obsessivo pela seriedade na condução da coisa pública. Podemos incluir Luiz Henrique da Silveira, Jorge Bornhausen, entre tantos, não podendo esquecer de Lauro Muller, provavelmente, o vulto mais ilustre nascido em Itajaí.

    O oficial bombeiro Moisés, foi decepcionante de “cabo a rabo”, imaturo, inexperiente, inepto ao honroso cargo de ser o governador de todos os barriga verde, saindo pela “porta do fundo”.

   Diz o jargão popular, muito conhecido de “quem não tem competência não se estabelece”; fazer política é coisa que exige conhecimento da vida pública, probidade pessoal, flexibilidade no diálogo com os diversos setores da sociedade e, inegavelmente, uma visão de estadista, como diria o grande Tancredo Neves.

Os antigos comentaristas esportivos referiam-se ao jogador medíocre, que não fez nada em campo, a expressão “não disse a que veio”, uma figura pálida no jogo, o Moisés.

Bom aprendizado, catarinenses!


Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


NR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.