“Florianópolis foi sondada para receber o evento: ” Inicialmente, Florianópolis era a ideia. Horácio e autoridades como o Prefeito de Florianópolis e o Governador do Estado, juntamente com peritos da Volvo Ocean Race, sobrevoaram a Ilha em busca de um possível lugar”
ENTREVISTA COM DIONE CARABELLI
Adilson Pacheco
Editor do Regata News
Companheira há mais de 24 anos de um dos mais completo velejador e Engenheiro Mecânico, Yacht Designer.do mundo, Horácio Nicolas Carabelli Mari, ou: Horácio Carabelli, a catarinense de Rio do Sul, Dione Carabelli, pois é – tem residência na Ilha de Santa Catarina mas vive um pouquinho em cada recanto náutico. Quando concedeu esta entrevista ao Regatanews.com.br em 2013, Dione e Horácio estavam em São Francisco, Estados Unidos, a própria Dione complementa “Ele é parte da equipe Artemis Racing, que correrá a America´s Cup aqui em San Francisco na Califórnia. Estamos morando aqui por alguns meses por causa disso. A equipe é sueca e ele é wing project manager”.
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A ideia de trazer para Santa Catarina uma parada da então Volvo Ocean Race, (The Ocean Race), é relatada por Dione:
“Pelo que sei…a ideia surgiu durante uma reunião onde os organizadores falaram que estavam na busca de uma cidade na América Latina é isto. Tá! Vou relatar como tudo aconteceu: A ideia inicial era ter um barco brasileiro na regata, o Brasil 2 e construí-lo em Santa Catarina. Isso manteria nossa família unida, uma vez que nossa residência é em Florianópolis, e o Horácio, além de velejar, sempre acaba envolvido no desenvolvimento do projeto e na construção do barco.
O Alan Adler tinha proposta para construir o barco em Angra, e isso significaria mudar de novo de cidade e afastar nossos filhos do colégio e dos amigos. Eu tinha certeza absoluta de que a construção do barco em Santa Catarina seria um evento internacional que atrairia olhares do mundo inteiro para nosso Estado.
Já havia feito duas voltas ao mundo acompanhando o Horácio, e conhecia perfeitamente como as cidades stopovers se transformavam em uma grande atração durante esses dias. Seria bom para nossa família, e seria bom para o desenvolvimento náutico da região. Só faltava encontrar alguém com visão e influencia que conseguisse vislumbrar isso e comprasse a ideia. Como sem apoio político seria impossível, pensei em falar com Paulinho Bornhausen. Ele é jovem, arrojado e apaixonado por esportes. Se gostasse da proposta, sabia que faria acontecer. O que contribuiu, mais do que nossa amizade na adolescência, foi a forte amizade de nossos filhos mais jovens, que estudam juntos e são grandes amigos há muitos anos.
Foi Assistindo a um jogo de futebol, do qual ambos participavam que encontrei o Paulinho e comentei o assunto”.
(Pouco antes do Horácio aceitar trabalhar com Telefônica em 2009.). Ele reagiu imediatamente e ligou para o Governador do Estado (Luiz Henrique da Silveira, já falecido). Fiquei até surpresa de ter sido tão rápido.
Ele conhecia o Lars Grael, que na época estava envolvido no projeto. Assim as coisas sucederam com certa facilidade. Horácio, Alan e Lars tinham no Paulo Bornhausen um novo e forte aliado.
A partir deste ponto, a ideia cresceu para não somente ter um barco brasileiro, mas também sediar uma das paradas da Volvo. A busca pela sede na América Latina e o envolvimento de Santa Catarina num possível projeto levou a parada a Itajaí.
Que além de contar com apoio do Governo do Estado, do Paulinho Bornhausen, teve no senhor Jandir Bellini, prefeito de Itajai, um grande aliado.
Todos perceberam o que o evento significaria para o Estado e especialmente para a Cidade de Itajai. Mas para estas pessoas eu sei que não foi fácil. Houve muita resistência, pois nem acreditaram no sucesso do evento, já que a vela no Brasil, apesar de ter os maiores medalhistas olímpicos da história, não é um esporte tão popular assim”.
Dione explica ainda que Horácio foi quem deu o próximo passo, para levar Paulo Bornhausen até o CEO da Volvo Ocean Race, Knut Frostad, efetuado com apoio também do velejador Alan Adler CEO da Agência Brasil 1, (atual IMX).
Segundo Dione, a capital do Estado, Florianópolis foi sondada para receber o evento: ” Inicialmente, Florianópolis era a ideia. Horácio e autoridades como o Prefeito de Florianópolis e o Governador do Estado, juntamente com peritos da Volvo Ocean Race, sobrevoaram a Ilha em busca de um possível lugar. O tempo urgia e a resistência encontrada, somada a necessidade de construir a marina e obter as devidas licenças ambientais a curto prazo inviabilizaram o projeto em Florianópolis. Foi quando Itajaí tornou-se óbvio. O Porto oferecia muitas vantagens e não foi difícil perceber que no tempo disponível, seria a melhor opção a nível nacional” relata.
Ping-Pong –
Regata News – -“Parece que vocês dois só deram sorte: conseguiram trazer a regata para Itajaí; Alan se tornaria o CEO da IMX do Eike Batista; Itajaí se projeta no cenário mundial náutico; a vinda da Azimut Benetti para Itajaí. Como é estar envolvido dentro de um quadro deste ou já estão tão acostumados a grandes eventos que isto é mais um…não chegando a emocionar ou se tornar um desafio?
Dione: – “Na verdade todas as notícias positivas ligadas ao universo náutico sempre nos comprazem muito. O Alan Adler foi o mentor do Brasil 1, que não teria acontecido sem sua paixão pela vela e por esporte. Não consigo enxergar pessoa mais indicada para levar todo e qualquer evento esportivo ao êxito no Brasil. Especialmente quando o esporte for náutico. Ele sabe aliar-se a pessoas competentes”.
Quando se fala que uma cidade sem histórico no esporte náutica internacional paradoxalmente remete ao Barco Brasil 1”
Regata News – Conversei com o Knut em Itajaí e vi o sua satisfação pelo sucesso da stopover Itajaí. Tanto que a cidade vai participar de duas paradas. E mais ainda te pergunto: um dia Itajaí poderá ser a sede mundial da Volvo Ocean Race ou isto está longe de acontecer
Dione -“O sucesso do Stopover de Itajaí foi surpreendente e emocionante. A promoção do evento foi extremante bem feita e organizada. A população de Itajaí deve estar orgulhosa desta conquista e da demonstração de competência que ficou muito evidente durante as semanas do evento. Quanto a ser a sede principal, não saberia responder. Não ouvi rumores a respeito. Isso iria requerer muito investimento. Mas nada é impossível”.
Já Horácio demostra visivelmente a satisfação de ter estado em Itajaí e excelência nos serviços apresentados pelos comitê local da parada. Foi sempre uma recepção calorosa. Mas meu olhar foi sempre técnico.
O sucesso do Stopover de Itajaí foi surpreendente e emocionante. A promoção do evento foi extremante bem feita e organizada