OPINIÃO DO ECONOMISTA CÉLIO FURTADO: DESINDUSTRIALIZAÇÃO!

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*Célio Furtado
Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br

Estamos em novembro, quase na conclusão do ano, já sentindo mais perto os sons e o especial aroma das festas de dezembro. Também já vislumbramos, ao longe, o surgimento de um novo ano, novas esperanças, a gratidão pela saúde, a consciência tranquila, tentando seguir a retidão do fio do prumo. As festas de outubro passaram, muita gente cantando e dançando, mostrando que a gente catarinense é de muito trabalho, sabe pegar no batente, sabe agradecer e sabe descontrair, oferecendo exuberantes festas ao povo brasileiro.

A economia catarinense está reagindo bem, dando sinal de vitalidade e robustez, mostrando a diferença que faz o espirito empreendedor de nossa gente, pequenas propriedades, economia de base familiar, bons centros universitários e excelentes escolas técnicas. Itajaí vem apresentando um crescimento notável, com boas obras de infraestrutura, uma consolidação como força turística e aeroporto e porto competitivos.

Temos um prefeito dinâmico, trabalhador e com privilegiada visão de futuro. Sabemos que todo o processo de desenvolvimento necessita de uma forte liderança, lúcido discernimento e a capacidade de contagiar a sua equipe; motivá-la para a vitória. São predicados encontrados na pessoa do Prefeito Volnei Morastoni,reconhecidos pela própria oposição.

Quanto ao cenário nacional, a produção industrial ainda não deslanchou, ainda vivemos o processo de desindustrialização, ou seja, um esvaziamento de nosso parque industrial, um fato preocupante. Recentemente, presenciamos a inauguração de mais uma loja Havan, numa bela cerimônia conduzida pelo grande empreendedor Luciano Hang. Um homem vitorioso, um modelo a ser estudado e seguido pela nossa juventude estudiosa que pretende fazer a diferença no futuro de nosso país.

Como todo ser humano, Luciano Hang tem também suas dificuldades, e, publicamente, confessa o seu ativismo político, excessivamente engajado na pessoa do atual Presidente da República, um direito seu; afinal de contas, vivemos numa democracia plena. Porém, na sua fala, elegante e elogiosa ao Prefeito Volnei Morastoni, um prefeito empreendedor, que tem oferecido todo o apoio de sua equipe para iniciativas que gerem empregos e que ofereçam um futuro mais sólido para a nossa população.

Para refletirmos sobre a desindustrialização em nosso país, tomo como exemplo a fala do Luciano Hang. De um modesto funcionário, certamente na base da pirâmide organizacional da tradicional empresa brusquense Renaux, ele cresceu, tornou-se com a Havan um dos maiores empresários do país e sua empresa original faliu, ficaram apenas os prédios abandonados. E, indo mais longe, Luciano Hang comprou a Renaux, sua primeira empresa empregadora, onde também seus pais trabalharam. Um fato relevante, um ex-funcionário, modesto, cresce, prospera, enriquece e adquire sua fábrica, um ativo fabuloso. Evidentemente, muitos ensinamentos podem ser tirados desse fato, aliás, na visão de um professor universitário, do Curso de Administração, trata-se de um preciosíssimo “estudo de caso”.

Por um lado, a excepcional capacidade empreendedora, onde, aparentemente, “o céu é o limite”. Por outra, a percepção realista do desmonte da indústria brasileira. É melhor comprar na China do que produzir, perdemos a nossa competitividade interna, não conseguimos mais a preciosa produtividade. Feliz novembro a todos!


*Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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