Opinião do economista Célio Furtado: CONJUNTURA

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*Célio Furtado
Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br

Utilizo-me desse importante espaço para expor as minhas ideias, um privilégio, de fato, um gesto de confiança do meu amigo Adilson Pacheco, respeitado jornalista. Digno de elogios e reconhecimento o trabalho do Adilson, disseminando a cultura náutica em nossa região Há muito, ele vem trabalhando  nesse importante segmento da economia regional.

Sabemos que Itajaí vem crescendo e adquirindo muita respeitabilidade como importante polo náutico, um fato relevante em nossa história recente. Graças a sua posição estratégica, portos e aeroportos modernos e competitivos, nossa região vem se impondo pela pujança de sua economia, de modo que está cada vez mais integrada no fluxo das transações internacionais.

Nesse sentido, aproveito para expor algumas opiniões sobre a conjuntura atual, levando em consideração nossa inserção na ordem econômica internacional. O Brasil, apesar de sua dimensão e também por sua inclusão entre as dez maiores economias do mundo, infelizmente, ainda não tem uma posição comercial.

Por uma série de problemas internos, entre eles, uma mentalidade defensiva, não nos adequamos à uma condição de um favorável de dinâmico comercio exterior. Perdemos muito na cultura concorrencial, não geramos empresas competitivas e nos perdemos na criação e aquisição de tecnologias de vanguardas. Naturalmente, nesse contexto, sempre há honrosas exceções, porém, devemos e podemos investir na mudança de mentalidade, repensando o “Custo Brasil”.


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Opinião do economista Célio Furtado: MOMENTO ATUAL


O crescimento futuro da economia mundial será menor, nos próximos dez anos, por conta da elevada desigualdade, alto endividamento, baixa produtividade e questões demográficas. Países de potência média como o Brasil terão difíceis escolhas a tomar, quanto à sua atitude de mais proximidade com a China, com a União Europeia ou com os Estados Unidos. Aparentemente, a opção está sendo feita pelo governo norte-americano, haja vista a aproximação ideológica entre os presidentes Bolsonaro e Trump.

A decisão de nomear o filho do Bolsonaro para embaixador nos Estados Unidos sinaliza um alinhamento entre os dois países. Naturalmente, em tudo existe ação e reação, e no caso do convívio entre as nações, poderemos ter atitudes hostis e retaliatórias por parte da China. Recentemente, nos deparamos com o problema dos navios de bandeira iraniana no porto de Paranaguá, um pequeno incidente que revela a complexidade do assunto. Trump tenta se impor como a “policia do mundo’, porém, todos nós sabemos que “o buraco é mais embaixo”. A atual onda populista será superada pelo desejo das pessoas em formular exatamente aquilo que elas querem dos políticos e das políticas  públicas.

O populismo de direita, presentes nos governos Trump, Bolsonaro e outros, são transitórios, reflexos de uma desilusão das populações em relação ao governos democráticos, com preocupações mais sociais. Uma nova ordem está se formando, um novo ajuste de forças e, infelizmente, não estão descartadas ações militares, guerras, conflitos regionais e globais.]

Se nós examinarmos elementos que compõem a globalização : fluxos de comércio , ideias, pessoas, finanças e serviços, que  tiveram êxito até pouco tempo, hoje, estão em crise, pois,  “ tudo o que é sólido,  se desmancha no ar” .

Queremos paz, prosperidade e justiça social !

 


*Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


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