*Célio Furtado
Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Tenho escrito muitos artigos sobre o cenário político e econômico do país, dentro das possibilidades oferecidas pelas fontes normais de informação, de um modo mais específico baseado na leitura da grande imprensa. Todos procedem assim, obedecendo ao bom senso e também o grau de responsabilidade e comprometimento com o leitor. Temos nossas preferências pessoais, nossas “torcidas”, porém, sempre deve prevalecer o critério de verdade e objetividade; este deve ser o fundamento ético de quem escreve.
Não votei nesse governo, não tenho simpatia pelo atual Presidente da República por diversos motivos já expostos em meus artigos anteriores, porém, como qualquer pessoa de bom senso, torço para que “dê certo”, para que o Brasil retome o seu justo desenvolvimento econômico. A consequência óbvia do acerto da política econômica é o pleno emprego, o aumento de renda da população, maior poder de compra e, certamente, uma melhor inserção do país no cenário internacional.
Contrariando muitas opiniões respeitáveis, apoiei, no seu conjunto, o governo Temer, um mandato tampão, uma situação de exceção, onde pode reverter a recessão grave do governo Dilma, promovendo mudanças na legislação e preparando o país para um novo estágio de desenvolvimento. Temer enfrentou muitos obstáculos, acusações pesadas e infundadas, cumprindo o seu mandato na mais transparente normalidade democrática. Não conseguiu fazer acontecer a reforma da Previdência, pelo fato de ter que se defender a todo momento de denúncias, não conseguindo aglutinar a maioria do Congresso, ainda que o assunto fosse submetido a inúmeros debates.
O atual Presidente Bolsonaro fez uma autocritica, arrependendo-se por ter sido contra a então reforma proposta pelo Temer e, hoje, exatamente hoje apresenta à opinião pública e ao Congresso sua proposta da Previdência, com pequenas mudanças e, certamente, exposta às futuras retificações por parte dos parlamentares.
Naturalmente, vai enfrentar diversos obstáculos referentes aos privilégios, principalmente de militares, magistrados e altos escalões do funcionalismo público que se defendem através de fortes corporações com grande influência na imprensa e meios de comunicação. Há um forte consenso por parte de especialistas, economistas estrangeiros e nacionais sobre a importância da referida reforma, tendo-se em vista, principalmente, a sobrevivência ou a sustentabilidade da economia nas próximas décadas.
Não sou especialista em Previdência, não posso falar nas minúcias, porém, como estudioso e homem de bom senso, percebo a necessidade da redução do déficit público e do aumento do investimento interno e externo em setores mais dinâmicos, tais como a infraestrutura, estradas, portos, obras urbanas, ferrovias, hidrovias, aeroportos etc. Além disso, deve-se intensificar o rigor na luta contra a corrupção e a presença do juiz Moro no Ministério da Justiça, exala essa convicção.
Nesse sentido, estamos torcendo para o sucesso dessa importante iniciativa governamental, que será decisiva para o sucesso do mandato que foi respaldado em ampla e convincente vontade popular. Os interesses nacionais devem sempre prevalecer sobre as preferências ideológicas o Brasil acima de tudo e, concordo plenamente com o chavão “Mais Brasil e menos Brasília”.
Queremos um país próspero e socialmente justo !
*Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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