Célio Furtado
*Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Li, recentemente, o livro “POR QUE O BRASIL É UM PAÍS ATRASADO? ”, de Luiz Fhilippe de Orleans e Bragança, Editora Novo Conceito, 2017, disponível na generosa Biblioteca da Univali. O livro, muito bem escrito e com boa ilustração, cai como “uma luva”, no momento em que estamos vivendo, em plena campanha eleitoral, onde os contornos de possíveis vitoriosos já estão se manifestando em pesquisas. Aparentemente, o discurso liberal não recebeu boa acolhida por parte de nossa intelectualidade, professores, formadores de opinião e, com toda a certeza, é ignorado pela maioria do povo brasileiro.
Se consolidar a atual tendência das pesquisas, teremos dois polos nacionalistas e estatizantes; pela direita como o neofascista Bolsonaro e, pela esquerda, pelo porta voz do presidiário Lula. Ambas as tendências, compreendem o Estado como a principal fonte de poder, pelo empreguismo, pelo poder de compra, pelo poder de monopólio da imprensa e pela força da influência ideológica. Se lermos a recente história do pensamento econômico, a partir do século XIX, veremos que o livre mercado, as liberdades políticas, o estado de direito, possibilitou um extraordinário progresso para a humanidade e um elevado bem-estar para os cidadãos. O predomínio do liberalismo econômico no Ocidente ajudou a elevar a expectativa de vida mundial de 30 para 70 anos e reduzir a linha de pobreza de 80% para 8%, multiplicou o número de alfabetizados e aumentou a consciência da livre iniciativa para a prosperidade econômica.
Tinha razão o saudoso governador Mário Covas quando dizia que o Brasil precisava de um choque de capitalismo, ou seja, que os pressupostos de liberdade econômica, inovação, competitividade, concorrência deveriam ser estimulados contra os tentáculos poderosos do Estado. Não é à toa que milhares de jovens, na idade de 18 a 25 anos, estão se preparando em Cursinhos para Concurso Público, ou seja, aspiram aos benefícios que a livre iniciativa não pode oferecer: estabilidade, bons salários (para a vida toda), e outras vantagens bem conhecidas. Os candidatos que hoje estão na frente, Bolsonaro e Haddad, são funcionários públicos estáveis e bem remunerados.
Quando o candidato do Partido Novo, João Amoedo, apresentou o seu patrimônio invejável, foi um escândalo. Ele o adquiriu na iniciativa privada, trabalhando e utilizando o talento empreendedor, uma virtude do modo de produção capitalista, cuja essência é correr riscos, experimentar estratégias. Ler o livro do Luiz Philippe é estimulante e esclarecedor. O autor, é descendente do Imperador Dom Pedro II e, assinala, no seu livro que os gastos da Presidência da República, são muito mais elevados do que a casa real. Um presidente da república tem poderes ilimitados, de empregar pessoas, viajar à vontade, gastar o que pode e o que não pode; tudo bancado pelo povo brasileiro. O Custo Brasil é altíssimo, não há sobra para o investimento público e privado, por isso o país não cresce e consequentemente, “o Brasil é um país atrasado”.
Como diz o autor: “concentrar renda não é o problema; o problema é concentrar oportunidades”.
Boa leitura!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br