Célio Furtado
*Economista e professor da Univali
celio.furtado@univali.br
Li na respeitada revista “Conjuntura Econômica”, interessante artigo intitulado “Eficiência Nacional”, aliás, matéria da própria capa. O artigo reflete o pensamento dominante, o receituário que certamente está na mente e no discurso de todo aquele que aspira a futuro melhor para o seu país, fugindo ao discurso populista e às tentações demagógicas. Naturalmente, deve-se aumentar a produtividade do trabalho e do capital, a partir de treinamento, qualificação permanente da mão de obra e um esforço consciente de inovação tecnológica. Torna-se necessário como temos afirmado em diversas ocasiões, a redução do custo do Estado brasileiro; a máquina e a burocracia estatal são muito pesadas e apontam para um desperdício crônico em nossos recursos. Todos os estudos apontam para os gargalos óbvios que encontramos no cotidiano da economia, entre eles a carência e a precariedade da infraestrutura, rodoviária, portos, armazenamentos, fazendo com que nossos produtos percam competitividade. A proposta apontada no texto passa também por uma racionalização do crédito, havendo uma atitude mais prática e honesta, na diferenciação de subsídio e crédito orientado, são coisas bem distintas. Aliás, é mencionada a questão da “meia entrada”, uma alusão a privilégios de algumas empresas em relação às outras, como aconteceu no desastroso governo Dilma. Torna-se necessário uma visão do mundo com competição, onde as empresas devem ter condições iguais, no máximo possível, onde eram escolhidas “ empresas vencedoras”, para o crédito mais generoso do BNDES. Também uma educação mais qualificada, onde o conhecimento de Matemática de nossos estudantes seja equivalente à média mundial. O cerne da questão refere-se ao nivelamento da “transparência” do governo, do estado brasileiro em relação à média internacional, havendo procedimentos equivalentes, no que se refere ao item corrupção. A ideia é muito simples, uma padronização mundial dos critérios de transparência e respeito ao dinheiro público. Algo como a Norma ISO de qualidade, padrão mundial. Deste modo, estaremos criando um ambiente mais estável e seguro para o retorno dos investimentos produtivos, nacionais e estrangeiros. A estratégia macroeconômica passará, necessariamente, pela elevação da nossa capacidade de poupança interna, um grande empenho na mudança de mentalidade consumista, imediatista e irresponsável no uso do dinheiro, pelas camadas mais privilegiadas da população. Uma poupança sólida e vigorosa, consciente, será a base da retomada de prosperidade nacional. Particularmente, fico entusiasmado com a temática da Produtividade, cada vez mais presente dentro do debate econômico, que aponta para a necessidade de uma nova racionalidade econômica que o Brasil necessita, urgentemente. Sabe, estimado leitor, estávamos vivendo uma situação irreal, onde empresários de destaque, não conseguindo sobreviver na sua atividade produtiva, sucumbem, e, recorrem ao Executivo para conseguir um cargo de confiança. Esta vaca leiteira que é o setor público está dando demonstração de que o “leite” está escasseando, que a “mamata”, está correndo o risco, graças a iniciativas do tipo Operação Lava Jato, que compromete a credibilidade de importante contingente do poder político nacional. Precisamos de uma “faxina” pública, para a retomada de um Brasil Competitivo. Deveríamos ter em mente agora nas eleições 2018!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br