Guilherme Sucena, 49 anos, é formado em Administração de Empresa com pós graduação em Gestão Hospitalar, em Gestão Empresarial e com MBA em Finanças pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Participou ativamente da gestão do Rio Grande Yacht Club – RGYC. Foi Comodoro, Presidente do Conselho Deliberativo, vice-comodoro de finanças, diretor de regatas e hoje é conselheiro nato do clube de vela. Atualmente é sócio proprietário da Loja Equinautic em Itajaí. Loja com 30 anos no mercado náutico nacional. É capitão MOY – Master of Yachts – pela IYT International Yacht Training de Fort Lauderdale USA. Também é Instrutor pela mesma instituição.
Colisão, inundação e tempo ruim
Colisão – Qualquer dano ou prejuízo causado por impacto é causa de emergência a bordo ainda mais se este impacto for abaixo da linha d`água o que , na maioria das vezes, torna-se incontrolável. A maioria das colisões acorre, principalmente, em container que são derrubados no mar diariamente por navios que navegam pelo mundo todo. Por estes ficarem, na sua maioria, na linha d`água, são praticamente invisíveis a qualquer embarcação.
O programa Mar sem Fim, exibido na TV Cultura estima que mais de 1500 containers são perdidos no mar por ano. Portanto muito cuidado. (fonte – http://marsemfim.com.br/mais-de-1500-containers-caem-ao-mar-por-ano/)
Tempo ruim – Tenha sempre em mãos as previsões da área em que você vai navegar. Um comandante com um mínimo de experiência não sai sem verificar as condições de tempo durante o passeio. Existem vários informes sobre previsão disponíveis mas isto não só não basta. Existe sempre a questão do micro clima que, na maioria das vezes, os sites não detectam.
Para isto a experiência sempre vai contar muito. Conecte-se com o ambiente em que você está.. “Leia” as nuvens, entenda os movimentos da maré, observe o vento, a direção e intensidade e, principalmente, saiba interpretar o BARÔMETRO. Este “equipamento” poderá salvá-lo de sérios problemas que podem colocar a você, sua família e sua embarcação em sérios problemas.
“Provérbios barométricos”
Variação lenta
Barômetro que assenta;
Variação a saltar
Não é de fiar.
Estando em situação de tempo ruim cuida dos detalhes pequenos também. O bom armazenamento das coisas a bordo ( elas se deslocam muito em tempestades) pode evitar grandes problemas, cuide das pessoas que, por ventura, estejam enjoadas. Ao irem à borda para vomitar ou tomar ar elas podem cair na água e um MOB em uma situação destas não é nada bom. As ondas também são um problema que pode trazer inundação e a consequente perda da estabilidade do barco.
Inundação – Além das possibilidades citadas acima, problemas nas entradas ou saídas de água abaixo da linha d`água são potencias perigos para inundação. Tenha sempre a bordo, no mínimo tarugos de madeira que podem ser “enfiados” nos buracos estancando a entrada de água que se chegue ao próximo porto. Há um ano um amigo, capitão de um Troller de 118` foi ao fundo ao iniciar travessia do Gulf Stream, entre Fort Lauderdale e Bahamas por uma inundação causada por entrada de água por um dos estabilizadores da embarcação. Quando sentiram que o barco estava com água em níveis muito altos a única saída foi ordenar o abandono da mesma.
Coluna anterior – http://regatanews.com.br/coluna-nautica-com-capitao-moy-guilherme-sucena-tipos-de-emergencia-a-bordo/
