Coluna Náutica com Capitão MOY Guilherme Sucena : Circuito de Florianópolis 2017

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Guilhermeff

Guilherme Sucena é formado em Administração de Empresa com pós graduação em Gestão Hospitalar, em Gestão Empresarial e com MBA em Finanças pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Participou ativamente da gestão do Rio Grande Yacht Club – RGYC.  Foi Comodoro, Presidente do Conselho Deliberativo, vice-comodoro de finanças, diretor de regatas e hoje é conselheiro nato do clube de vela. Atualmente é sócio proprietário da Loja Equinautic em Itajaí. Loja com 30 anos no mercado náutico nacional. É capitão MOY – Master of Yachts – pela IYT International Yacht Training de Fort Lauderdale USA. Também é Instrutor pela mesma instituição.



 

Circuito de Florianópolis 2017

Depois de quase trinta anos voltei a velejar em um Circuito da Ilha de Santa Catarina. Os anos passam muito rápido e os compromissos vão se avolumando, rotinas sendo criadas, casamento, família, viagens, enfim tudo termina te desviando destes eventos esportivos.

Este ano fui convidado para velejar no Corall, um FC31. O barco é do Chico e da Tina, meus queridos amigos, e a bordo estava o Marcelo Villela e sua família, a esposa Giovana e os filhos Marina e Artur.

Em 1988 o Marcelo e eu viemos de Rio Grande (RS) para velejar o circuito de “Floripa” daquele ano. Vir velejando de Rio Grande até Florianópolis e ainda correr o circuito era o máximo que dois guris naquela época podiam almejar.

Neste ano ganhamos o circuito velejando no VIMBO, um Velamar 29 do Bebeto Fonseca de Pelotas. São muitas histórias de amizades, comprometimento, determinação, enfim tudo o que é preciso para correr um circuito do tamanho deste.

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Troféu do evento de 1988

Este ano não foi diferente. Velejamos na classe Cruzeiro, mas com um barco pesado, verdadeiramente de cruzeiro, e a falta de vento foi o ponto forte do evento.

Já no primeiro dia de provas, na regata longa, os barcos tiveram muita dificuldade para velejar. Ventos do quadrante sul muito fracos exigiram muita concentração, conhecimento das tripulações e muita habilidade para fazer com que os barcos andassem nestas condições.

Não fomos bem. Como falei o barco é muito pesado para estas condições. Precisa de 12/15 nós para começar a se mexer bem e ficar confortável

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Nas regatas seguintes, de barla/sota, a coisa não mudou muito. O vento ainda fraco, mas de Nordeste rondando para Leste ainda não ajudava.

Todas as manobras para nós eram lentas devido à pouca resposta do barco ao vento. Todos os barcos mais pesados sofrem nestas condições. Somente os “puro sangue” (como diziam quando eu era guri lá no clube) como os S40 e C30 velejam bem em todo o tipo de vento. São super velados para o tamanho do casco e da área molhada, imprimindo-lhes velocidades bastante boas mesmo nestas condições.

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Os S40 Pajero e o nosso Time de Itajaí – Itajaí Sailing Team – deram um show. Além de velejarem muito bem são lindos dentro d’água. Os C30 não ficam atrás. Pequenos e velozes manobram muito bem e as regatas são supercompetitivas.

Na nossa classe o sofrimento com o vento fraco continuava. Nossa tripulação mudou um pouco durante o evento, mas depois de algum tempo as manobras começaram a sair melhores e algumas mudanças na operação do balão ajudaram na melhora do desempenho, mas não foi o suficiente. Acabamos sem pódio neste circuito quase 30 anos depois

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A comissão superou-se em armar as raias da melhor maneira, o tempo colaborou com dias de sol e calor. A estrutura do clube e apoio do pessoal de terra foram exemplares.

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A organização estava impecável. Boa música, boa comida e gente feliz são ingredientes para uma festa perfeita.

Que venham muitos outros Circuitos de Vela da Ilha de Santa Catarina. Foi um privilégio voltar a navegar com meu amigo Marcelo Villela em Florianópolis depois de tantos anos. Isto não tem preço.

Bons Ventos, amigos!



Coluna anterior: http://regatanews.com.br/coluna-nautica-com-capitao-moy-guilherme-sucena-regulacao-internacional-para-prevenir-colisoes-no-mar/