Aos 18 anos, Joana Gonçalves e Gabriela Vassel, do Iate Clube do Rio de Janeiro. chegam animadas com a oportunidade de competir em casa em um evento de nível internacional, o Mundial da Juventude, entre 8 e 16 de dezembro, em Búzios, cidade no litoral do Rio de Janeiro.
Tudo se torna ainda mais especial pelo fato de que elas serão observadas de perto por Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeãs olímpicas na classe 49erFX. Em 2009, a consagrada dupla conquistou seu primeiro título justamente em Búzios, na classe 420. O encontro de gerações enche de esperança a modalidade que mais rendeu medalhas de ouro olímpicas ao Brasil, com oito.
“Martine e Kahena são, sem dúvidas, grandes inspirações. Estou muito feliz que elas estarão conosco durante o Mundial. Essas pequenas realizações fazem com que a gente se sinta mais acolhida e auxiliada na reta final”, afirma a timoneira Joana.
“Estamos nos preparando forte durante o ano todo e estamos muito animadas em poder representar nosso país em casa. É uma honra vestir a camisa do Brasil e poder brigar por esse título. Vamos com tudo para dar o nosso melhor e tentar alcançar o lugar mais alto do pódio”, disse a atleta.
Em janeiro, ela e Gabriela sagraram-se campeãs do Brasileiro da classe 420, em Porto Alegre. Em julho, foram ao pódio do Mundial Aberto de Alicante, na Espanha, com a medalha de prata. O Mundial da Juventude pode ser a cereja do bolo da temporada.
“Eu me surpreendi muito com nosso resultado em Alicante. Estava confiante, porque treinamos muito, mas não sabia como estava nosso nível técnico em relação aos outros barcos. Foi uma conquista muito marcante da nossa dupla e acho que nos ajudou ver que temos potencial para muito mais”, conta Gabriela, proeira da dupla, mas também com experiência no leme.
“Admiro demais o trabalho da Martine e da Kahena e sei o quanto é difícil se manter no topo. Eu me inspiro muito nas duas e acho que são um exemplo de como trabalhar em equipe. Acredito que elas ainda vão longe com a parceria”, completou Gabi.
A 420, umas das portas de entrada para as classes olímpicas, é uma das que mais atraem os jovens que saem do Optimist e seguem a trilha para Olimpíadas, Pan-Americanos e Mundiais. Trabalho em equipe, estratégia e habilidade técnica são algumas das características que guiam a trajetória tanto das consagradas Martine e Kahena quanto da jovem dupla brasileira.
Assim como Martine e Kahena, as velejadoras começaram no esporte por influência da família. O pai de Joana é Luiz Paulo Gonçalves, conhecido como Vovô, treinador renomado da Vela Jovem e ex-técnico de Fabio Vassel, pai da Gabriela. Juntos, eles conquistaram o título do Mundial por Equipes de Optimist de 1991, na Grécia. O time tinha também Rodrigo Amado, que hoje é um dos treinadores das meninas no Iate Clube do Rio de Janeiro.
“A expectativa é muito boa. Elas foram muito bem no Mundial deste ano e agora querem conquistar um grande resultado para o Brasil em casa. Entre os principais adversários estão Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Itália, França e Argentina”, aponta Felipe Toledo, que também treina a dupla no clube da capital fluminense.
Equipe Brasileira de Vela Jovem
420 Open: Lucas Freitas e Victoria Back
420 feminino: Joana Gonçalves e Gabriela Vassel
29er masculino: Guilherme Menezes e Fernando Menezes
29er feminino: Clara Meyer Cardoso e Lívia Valduga Nogueira
Nacra 15: Alex Kuhl e Alexia Buuck
ILCA 6 masculino: Felipe Fraquelli
ILCA 6 feminino: Valentina Roma
Kitesurf masculino: Lucas Fonseca
iQFoil feminino: Sofia Rocha