Catarinense no Top-10 na estreia do Mundial de Optimist 2022

0
185

O Brasil estreou no Arkas Optimist World Championship 2022 com bons resultados nesta terça-feira (29).

O catarinense Davi Neves venceu a primeira regata da flotilha azul do dia nas águas de Bodrum, na Turquia. Na segunda prova ficou em nono e com isso está entre os Top 10 do ranking geral da competição internacional. Ao todo, quase 280 velejadores de até 15 anos competem o Mundial, que é realizado anualmente.

A equipe brasileira está presente, além de Davi Neves, com Joana Freitas, Melissa Paradeda, Arthur Back e Zion Faria. O filho do bicampeão olímpico Robert Scheidt também disputa o mundial. Erik Scheidt, no entanto, defende neste evento a Lituânia, por causa da mãe Gintare. Para completar o time estão em Bodrum o treinador Tijo Novello, o team leader Guilherme Born e Alexandre Neves.

O país entra na disputa na Turquia para defender o título mundial da categoria conquistado no Lago di Garda, Itália, em 2021 pelo velejador de Ilhabela (SP) Alex Kuhl. Na oportunidade, o atleta de 15 anos ficou com a inédita conquista para a vela brasileira. O evento mundial em Bodrum será realizado até 7 de julho.

”É a categoria principal para os jovens e sempre teve bons resultados na história. Mas o título do ano passado, quando a gente quebrou o tabu, gerou mais responsabilidade. O Brasil se tornou um país mais visado e respeitado pelos atletas do mundo. Mas o ambiente da equipe é muito bom!”, contou Guilherme Born.

Veja todos os resultados aqui

Duas semanas atrás, no Núcleo de Base da CBVela – Confederação Brasileira de Vela, fez um treinamento específico para as equipes brasileiras de Optimist em parceria com Optibra e Secretaria Especial do Alto Rendimento.

As atividades foram realizadas de 16 a 19 de junho na sede da entidade, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), com 25 participantes de seis estados, incluindo 10 meninas neste grupo.

Além dos jovens de Op, a Confederação Brasileira de Vela atende mais de 60 atletas da nova geração da modalidade em treinamentos na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ), ou em campeonatos no exterior.

O trabalho é voltado para que os competidores mais novos cheguem bem preparados em campeonatos de ponta, como os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Los Angeles 2028 e Brisbane 2032.

“A evolução recente da classe Optimist no Brasil é muito significativa, tendo como marco a conquista recente do título mundial inédito em 2021. Essa evolução se deve em muito ao esforço conjunto de CBVela, Optibra, pais e velejadores para realização das clínicas preparatórias com as equipes classificadas aos eventos internacionais (campeonatos Mundial, Europeu, Sul Americano e Norte Americano)”, disse Cássio Lutz do Canto, técnico da equipe brasileira.

A CBVela também em 2021 assinou sua filiação na Rede Nacional de Treinamento com objetivo de criar um caminho para o atleta desde a sua entrada na modalidade até chegar ao topo do alto desempenho. Na vela jovem, as categorias mais praticadas são Optimist, dos 7 aos 15 anos, 420, 29er e Laser. Todas versões ‘mais leves’ das classes utilizadas nos calendários dos Jogos Olímpicos.

O Núcleo de Alto Rendimento é uma parceria da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) com a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania para apoiar a preparação de todas as equipes brasileiras da modalidade em suas categorias de base.

A sede oficial do projeto é a Marina da Glória, palco das regatas da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela. Por lá são atendidos adolescentes entre 13 e 17 anos, que integram as seleções para os principais campeonatos, como o Mundial da Juventude da World Sailing.

Inédita conquista de 2021

O jovem velejador Alex Di Francesco Kuhl se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão mundial da classe Optimist. O título foi conquistado em 2021, no Lago di Garda, na Itália, no evento que reuniu mais de 250 velejadores de até 15 anos. O atleta venceu a competição com 54 pontos, garantindo a medalha de ouro. A medalha de prata ficou com o norte-americano Gil Hackel (59 pontos perdidos) e o bronze com o italiano Alex Demurtas (79).

O time brasileiro contou  ainda com Lucas Freitas (9º), Douglas Said  (33º), Luiz Felipe Giagio (56º) e Eduardo Zeitone (79º). Os treinadores dos velejadores brasileiros foram Ricardo Paranhos e Rodrigo Amado. Na disputa de melhor país, o Brasil ficou na terceira colocação.

Alex Kuhl ganhou três de dez regatas disputadas no Lago di Garda e se manteve no top 15 em praticamente todas elas. O atleta recebeu o troféu das mãos do campeão olímpico, Robert Scheidt.

Já o Campeonato Brasileiro 2022 de Optimist foi vencido pelos cariocas Arthur Back e Joana Cocchi no Cabanga Iate Clube, em Maria Farinha (PE). A competição da vela nacional teve 12 regatas disputadas, com a participação de 139 embarcações de nove estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal e Paraíba. Somado ao Brasileiro de Estreantes, que ocorreu na primeira semana do ano, também no Cabanga, mais de 200 crianças e adolescentes participaram do evento organizado pela CBVela – Confederação Brasileira de Vela.

A competição é a mais tradicional  da vela de base para jovens até 15 anos e que ocorre sempre no início do ano. O de 2023 será no Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo (SP).

Sobre a CBVela

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.

Foto: Matias Capizzano