A classe Finn é um dos celeiros para a vela nacional, formando atletas de alto-rendimento para outras categorias, principalmente proeiros de Star e de regatas de oceano.
Grandes nomes da modalidade já passaram pela Heavyweight Dinghy, tradução literal do inglês de barco dingue para os pesos-pesados.
Para aguentar o peso dos veleiros e a velocidade que os chamados ‘botes finlandeses’ atingem, os atletas devem ter de 95 a 105 quilos ou até mais. O veleiro tem 145 kg com vela de aproximadamente 10m² de área.
Entre os multicampeões que velejaram de Finn estão Jorge Zarif, Guga Zarif, Joca Signorini, Bruno Prada e Joerg Bruder.
Outros competidores como Pedro Trouche, Henry Boening e Arthur Lopes estão sempre integrando barcos de ponta na função de proa ao lado de timoneiros como Robert Scheidt, Lars Grael e Torben Grael.
A Finn revelou atletas que estão na história olímpica da vela, como o dinamarquês Paul Elvstrøm e os britânicos Iain Percy, Giles Scott e Ben Ainslie. O último citado tem o título de Sir, soma cinco ouros nos Jogos e atualmente comanda o desafiante da America’s Cup, o INEOS Britannia.
Mesmo fora do programa olímpico de Paris 2024, a classe segue forte no mundo, reunindo por exemplo mais de 100 barcos em seu campeonato mundial e mais de 400 no master, para velejadores acima de 40 anos.
”O Finn é uma das principais classes mundiais e continua crescendo todos os anos, por ser um barco muito técnico, com muita regulagem e que exige um bom preparo físico, para quem quer andar na frente”.
”Durante anos foi uma das principais classe olímpicas para os velejadores mais preparados fisicamente”, explicou Ricardo Santos, atual vice-campeão brasileiro de Finn.
No Campeonato Brasileiro de Finn 2022, marcado para o feriado de Tiradentes, mais de 30 atletas estão inscritos, um recorde para a classe no país. As regatas serão realizadas entre os dias de 21 a 24 de abril no YCSA – Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo (SP).
O Brasileiro de Finn 2022 tem o patrocínio de Bratax Advogados, Mitsubishi Motors, Molin e Vitae Urbanismo. Apoio e organização do YCSA – Yacht Club de Santo Amaro, Confederação Brasileira de Vela – CBVela, Federação de Vela do Estado de São Paulo – FEVESP, Associação Brasileira da Classe Finn e Flotilha São Paulo.
Vale lembrar que a classe Finn esteve nas Olimpíadas de Helsinque 1952 até Tóquio 2020. O veleiro nasceu da mão do designer de canoa sueco Rickard Sarby em 1949 como sua entrada em um concurso de design para selecionar um novo barco monotipo para os Jogos Olímpicos da Finlândia.
Nesses mais de 70 anos de história, o Finn passou por desenvolvimento técnico cuidadoso, dos cascos e mastros de madeira, e velas de algodão aos cascos de fibra, aos mastros de carbono e às velas de kevlar da década de 1990.
Crias do Finn
Depois do domínio de Jorge Zarif por décadas, a classe volta a abrir espaço para velejadores de ponta e os resultados do Campeonato Brasileiro de Finn 2022 tornam-se imprevisíveis antes das regatas começarem. Atletas como Pedro Trouche, campeão da SSL Finals 2018 na classe Star, retornam à categoria para o evento de 21 a 24 de abril.
Animado após cinco anos de ausência, o carioca Pedro Trouche é tido hoje como um dos proeiros mais requisitados internacionalmente do Brasil, se juntando a outros craques da posição como Bruno Prada, Samuel Gonçalves e Arthur Lopes.
”Feliz em poder retornar à classe! Será um grande desafio velejar entre os primeiros, mas estarei pronto para isso!”
”A flotilha tem renovação de material e muita gente boa na raia. O número de inscritos será um recorde, um movimento muito bacana. Agradeço o convite do Ricardo Santos e Cristiano Ruschmann, e também Maurício Bueno e André Mirsky, que me emprestaram equipamento”, contou Pedro Trouche.
Outro inscrito é o paulista Pedro Lodovico, que tem participações em campeonatos mundiais da classe e muita experiência no barco dos pesos-pesados. O atleta fez parte da equipe de Jorge Zarif na sua preparação olímpica para Tóquio 2020.
Os treinos com o campeão mundial de 2013 de Finn e a troca de experiência foram fundamentais em sua carreira.
”Tive em 2020 e 2021 a oportunidade de participar de alguns camps visando ajudar o Jorginho a se preparar para Tóquio. Sem dúvida foi um grande privilégio e oportunidade de evolução. Tivemos algumas semanas de treinos, principalmente na Ilhabela (SP), com velejadas espetaculares. Ele além de um grande amigo é também um contínuo incentivador da classe Finn”, disse Pedro Lodovico, atual campeão Paulista de Finn.
O último campeonato nacional da classe foi realizado em dezembro de 2021 no ICRJ – Iate Clube do Rio de Janeiro, com vitória de Jorge Zarif.
O atleta foi o representante da Finn nas últimas três Olimpíadas, encerrando sua vitoriosa passagem – que teve até título mundial – em Tóquio 2020. Sem o papa-títulos da Finn nos últimos 15 anos, a competição no Feriado de Tiradentes promete ser equilibrada em todas as categorias, do Sênior à Grand Master.
Serão premiados após o término do evento na capital paulista os primeiros colocados no geral, master, grand master, grand grand master, legend, jumbo (acima de 110kg) e pena (abaixo de 90 kg).
Especificações:
Tipo: Barco de bolina
Número de tripulante: 1
Projetista: Rickard Sarby
País de Origem: Suécia
Material do casco: Fibra
Projetado no ano: 1949
Comprimento do casco: 4.5 m
Boca: 1.5 m
Área Vélica: 10.2 m²
Peso do casco: 107 Kg
Volume: 123
Fonte: FEVERJ
Foto: CBVela