São 194 atletas paralímpicos e 155 olímpicos em um investimento anual de cerca de R$ 45 milhões
O Governo Federal publicou nesta sexta-feira, 04.02, a primeira lista de contemplados no Bolsa Pódio para o ciclo rumo aos Jogos de Paris 2024. São 194 atletas paralímpicos e 155 atletas olímpicos num seleto grupo de 349 esportistas em 44 modalidades. A oficialização veio com a Portaria nº 744, assinada pelo ministro da Cidadania, João Roma. Os beneficiados têm agora 30 dias para assinar o Termo de Adesão no sistema online do Bolsa Atleta, última etapa antes do início dos repasses.
A Bolsa Pódio é a principal categoria do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. É voltada para quem tem chances reais de medalhas nos principais eventos do circuito internacional. Um dos pré-requisitos é que o esportista esteja entre os 20 melhores do mundo no ranking da modalidade que representa. Os valores mensais variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, de acordo com os resultados apresentados.
“Os integrantes do Bolsa Pódio são o grande espelho do alto rendimento para as novas gerações. São aqueles que alcançam o topo em suas modalidades no cenário internacional. É um orgulho para o Governo Federal contemplar esses 349 nomes”, afirmou João Roma.
A lista conta com 196 homens e 153 mulheres. Os atletas são naturais de 24 estados e do Distrito Federal. A caçula da lista é a vice-campeã olímpica Rayssa Leal, do skate street, que completou 14 anos e passou a ser elegível para fazer parte do programa. O atleta mais experiente da listagem é Mauro Evaristo de Souza, do atletismo paralímpico, com 57 anos.
A modalidade com maior número de atletas contemplados é o atletismo paralímpico, com 69 nomes na lista. A natação paralímpica aparece na sequência, com 45 registros. Entre os esportes do programa olímpico, o atletismo tem 19 aprovados, seguido pelo vôlei de praia, com 17 atletas, e o skate street, com 11. Para 103 dos contemplados, o Bolsa Pódio é a principal fonte fixa de recursos, já que não contam com patrocínios privados.
“Para muitos, a Bolsa Pódio tem o papel de permitir a manutenção dos atletas conectados unicamente com o trabalho no alto rendimento, que demanda acompanhamento físico, técnico, psicológico, viagens e aquisição de equipamentos”, afirmou o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães.
O grau de abrangência do Bolsa Atleta pode ser medido pelo resultado dos atletas brasileiros nos principais megaeventos esportivos. Das 21 medalhas obtidas pelo país nos Jogos Olímpicos de Tóquio, 19 (90%) vieram com patrocinados pelo programa do Governo Federal. Nos Jogos Paralímpicos, O Brasil conquistou 72 pódios, e 68 medalhas (94,45%) vieram com bolsistas.
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Reação em cadeia
Um dos nomes da lista divulgada pelo Ministério da Cidadania é o do nadador Wendell Belarmino. O atleta foi um dos destaques brasileiros nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão em 2021. Wendell referendou na capital japonesa o título mundial que havia conquistado meses antes nos 50m livre e conquistou o ouro na classe S11, para atletas com deficiência visual. Ele ainda trouxe na bagagem uma prata no revezamento 4 x 100m e um bronze nos 100m borboleta.
“A Bolsa Atleta causa uma reação em cadeia extremamente positiva para o atleta continuar desempenhando uma performance de alto nível. Ela me possibilita não só pagar equipamentos, equipe multidisciplinar e ter uma espécie de salário, mas me dá melhor qualidade de vida”, comentou o atleta. “E ter mais conforto consequentemente me ajuda a ter melhores desempenhos, porque se eu durmo numa cama mais confortável, se meu quarto está mais confortável, eu descanso melhor e aí treino melhor”, completou.