Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo nesse início de fevereiro, após assistir Maya Plisestkaya (1925-2015), bailarina russa, dançando Bolero de Ravel, uma obra de arte. De fato, torna-se necessário buscar inspiração na arte ou na oração, para enfrentar o mundo, a vida, os desafios diários e, de um modo mais específico, a violência que nos cerca, dentro do que de denomina “civilização”.
Gosto de escrever, comunicar-me com as pessoas que apreciam as coisas que busco transmitir, procurando cooperar com o bem comum.
Enquanto escrevo, ouço música turca, dentro de uma ritualística que muito me impressiona, os “Devixes Rodopiantes”, uma dança mística, com os braços erguidos ao céu, o corpo girando sempre sobre a perna esquerda, como se arrancassem as graças do céu e as distribuíssem para nós, simples mortais. Estamos em fevereiro, segundo mês de um ano que promete ser bem intenso, ainda sob o temor da pandemia, e, também diante das eleições.
Janeiro foi bom, muito calor, um verão escaldante e sempre boas leituras e inspirações e um passeio no oeste catarinense, Piratuba, pequena cidade das águas quentes.
Gosto desse passeio, as paisagens catarinenses, nossa gente, costumes e uma fala diferenciada. Geralmente, nessas viagens penso no desenvolvimento, nas terras cultivadas, nas paisagens naturais, as propriedades, plantações e um empreendedorismo presente em todos os lados.
Dediquei janeiro ao meu modo simples de pensar, plantas, jardins, animais, muitas reflexões e também agradecer a Deus o dom da vida, da saúde, da lucidez, agora que entrei nos 67 anos (bem vividos).
O presente maior foi o meu segundo neto, o convívio quase diário, observar e amar uma criança, um bebê de poucos meses e a felicidade de minha filha, mãe orgulhosa. Ver o neto dormindo no meu colo, algo tão bom, tão puro e sereno, nada mais do que a paz, a profunda paz.
O retorno ao litoral é muito bom, nossa cidade bonita, essa imensa planície, convidativa aos passeios de bicicleta; pegar a zica e tomar um banho na praia da Atalaia. Os navios entram e saem, prosperidade, riqueza e globalização; enormes navios, manobrando com habilidade e competência, equidistante das margens do nosso formoso Rio Itajaí-Açu.
Sempre que posso, acompanho algumas matérias na imprensa internacional, a geopolítica, as forças nacionais e internacionais, os blocos e boas entrevistas com personalidades, políticos e diplomatas. A intenção é ser bem informado pois todos nós sabemos que “informação é poder”.
Temho prestado uma especial atenção ao mundo russo, na vigorosa liderança de Vladimir Putin e, de um modo mais particular nas entrevistas do seu ministro das relações exteriores, o famoso diplomata Sergei Lavrov ( 1950-), um homem, de fato preparado para a delicada e complexa ocupação de negociador internacional. Sempre gostei daquele conhecido lema “pensar localmente e agir localmente”, comer um milho em Cabeçudas e refletir sobre o poder chinês, por exemplo.
Gosto do pensamento dialético, articular as contradições, o movimento das ideias e também o “movimento dos barcos”, das águas barrentas do nosso Saco da Fazenda.
Um ano intenso nos aguarda, devemos estar atentos e fortes!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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