Título palmeirense revela que uma nova visão é fundamental para o futuro dos técnicos brasileiros

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Foto Cesar Greco - Palmeiras

Para o preparador mental Lincoln Nunes, a conquista da Libertadores revela o quanto o trabalho mental é uma realidade a ser seguida pelos técnicos brasileiros

Em uma partida recheada de emoções, o Palmeiras conseguiu superar o Flamengo por 2 a 1 e conquistou a América pela terceira vez, sendo a segunda seguida. A final da Libertadores teve os ingredientes certos para ficar marcada nos embates entre brasileiros na competição. A partida reafirmou a superioridade e a confirmação dos dois clubes que têm o domínio técnico e financeiro do futebol brasileiro, grandes craques em cada lado e a constatação da força mental nos dois lados em uma final de grande carga emocional.

Quem acompanhou a partida pôde perceber o quanto o trabalho mental foi essencial para este título palmeirense. Durante toda a partida, o técnico Abel Ferreira chamava os jogadores e apontava para a cabeça. Além disso, o treinador é conhecido desde que chegou ao Brasil pelo olhar diferente à parte mental e comportamental dos seus atletas.

Lincoln Nunes_

O responsável pelos dois títulos da Libertadores pelo Palmeiras, inclusive, afirmou: “Quando se tem jogadores com mente aberta e coração quente é tudo mais fácil”. Quem comenta esta afirmação é o treinador mental para atletas de alta performance, Lincoln Nunes: “As pessoas podem entender essa ‘mente aberta’ como uma metáfora, mas esse conceito vem da psicologia esportiva, especificamente de Carol Dweck. A psicóloga desenvolveu uma teoria que contempla o estudo de elementos que travam ou desenvolvem o desempenho dos jogadores. Dessa maneira, ela os dividiu entre atletas com mente apta ao desenvolvimento, sempre em evolução de performance, e os atletas de mente fixa que, quando atingem certo patamar, não conseguem evoluir sem ajuda”.

Há 7 anos com estudos e aplicações de recuperação e aumento de performance de atletas, principalmente, do futebol nacional e internacional, Lincoln acrescenta: “O Abel é um estudioso da mente e usa muito da psicologia esportiva no dia a dia, mas Renato Gaúcho também é um grande fã do uso positivo da consciência emocional nos seus elencos e, além disso, é o maior vencedor da Copa. Por isso, não é coincidência que estes clubes ocupem as posições mais altas da América. Palmeiras e Flamengo têm os melhores aspectos em todos os âmbitos, algo que puxou e continua a atrair outros clubes a procurarem o mesmo caminho, como o Galo e o Furacão, por exemplo”.

 

Com estes resultados alcançados pelo treinador português, Lincoln acredita que “os técnicos que não entenderem que o mental e comportamental influencia diretamente na performance no gramado, infelizmente, vão se tornar obsoletos. Os clubes são feitos de pessoas, os times são feitos de pessoas e os resultados são gerados por pessoas. Então, se você não entende o grupo de pessoas com que trabalha, você não é um bom líder”.

“Além disso, creio ser leviano afirmar que o Palmeiras venceu apenas por questões emocionais. Isso tira o mérito e o empenho dos dois lados. Enfim, o jogo foi vencido por um misto de coisas que estão numa partida de futebol e o emocional está dentro disso, mas não é o fator determinante… ele está dentro desse pacote imprevisível chamado futebol”, conclui Lincoln.