OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO : CONJUNTURA

0
533

Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Escrevo nesse início de primavera, uma manhã chuvosa, ouvindo saxofone jazz (Stan Getz), com a mente repleta de ideias e o coração agradecido pelo dom da vida, pois, afinal tivemos a sorte de sobreviver até o presente momento dessa terrível pandemia que levou vidas preciosas.

Em artigos anteriores, tenho opinado sobre a conjuntura nacional, um exercício livre e bem intencionado, procurando cooperar para um grande e possível debate nacional.

Sempre vem à lembrança a temática do “estado mínimo” ou então da repetida expressão “mais Brasil, menos Brasília”, questões que todos nós brasileiros devemos pensar pois o que está em jogo é o futuro de nossa nação, ou seja o ambiente politico e econômico que queremos entregar aos nossos descendentes.

Há um consenso do “custo Brasil”, motivado por pesada burocracia, uma infraestrutura deficiente, muita corrupção em todas as esferas e, principalmente, na falta de uma liderança forte e confiável que possa inspirar credibilidade ao conjunto da nação. Temos disponibilidade de recursos físicos e materiais, uma natureza privilegiada, uma iniciativa privada competente, um setor de agronegócio de vanguarda no mundo.

 

Porém, a produtividade global brasileira é modesta, exigindo muitos pontos de estrangulamento, de modo que a economia não cresce como deveria, e, por conseguinte, não há geração de empregos suficiente.

Esse liberalismo do governo atual não convenceu, não gerou resultados e todos vêm um descontrole de preços; basta frequentarmos um supermercado para observarmos as altas dos preços, um quadro desanimador.

A inflação está voltando com vigor, um grave problema, principalmente para as camadas sociais mais modestas, os desempregados, os excluídos e “barrados no baile”. As ultimas pesquisas de opinião mostram o declínio e a desaprovação do atual governo, a pequena probabilidade de sua reeleição, um indicador seguro de que esse modelo foi desaprovado, não deu certo, com difícil reversão de resultados.

Podemos e devemos culpar a pandemia que alterou a vida do planeta, trouxe transtornos à economia global, e quebrou muitos planejamentos.

Foi e está sendo uma grande tragédia, um fato novo como todas as catástrofes e cataclismas naturais.

Porém, no caso brasileiro, faltou uma atuação de estadista, uma voz vigorosa e uníssona que, de fato, dirigisse, o esforço nacional para uma recuperação mais vigorosa.

 

 

Não precisamos ser especialista em gestão pública para perceber o vazio de poder, a confusão dominante no poder central, o convívio tumultuado entre os três poderes, provocado por um presidente inexperiente e tecnicamente despreparado para conduzir os destinos do Brasil.

Nesse caso, a opinião pública já percebeu e o resultado das pesquisas reflete o desagrado e a desaprovação dominante.

Felizmente, o atual Presidente da República, ouvindo as ponderações do experiente ex-presidente Michel Temer, conseguiu, aos trancos e barrancos, desmobilizar a greve dos caminhoneiros, que traria enormes danos à nossa economia já fragilizada. Imaginem o caos resultante de uma longa paralisação de nossas rodovias, o desabastecimento, a especulação, o clima de guerra civil, nesse momento tivemos a sorte, de um “final feliz”.

Vamos torcer para o crescimento econômico, social e político do nosso amado Brasil.

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br


 

 

Coluna anterior:

OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO : SETEMBRO

 

NR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores