A Semana Internacional de Vela de Ilhabela de 2022 já está marcada entre os dias 23 a 30 de julho, no Yacht Club de Ilhabela (YCI). E a 49ª edição do grande encontro da vela oceânica na América do Sul deve ser ainda mais significativa. A expectativa do comitê organizador é que, com a pandemia de coronavírus controlada, um número muito maior de veleiros vai encher as raias do litoral norte paulista.
A competição manterá o formato híbrido criado este ano, seguindo a tendência dos grandes eventos mundiais da vela oceânica. As regatas jogadas no Virtual Regatta, o aplicativo oficial da World Sailing, chegarão ao terceiro ano já consolidadas no calendário, junto com as provas presenciais nas raias de Ilhabela.
Outra ação que terá sequência em 2022 é a Regata Vela do Amanhã, especialmente criada para colocar na disputa, a bordo dos barcos participantes, os velejadores mirins das escolas de vela da região. O objetivo é proporcionar a eles uma vivência em ambiente de competição e ajudar a fomentar a formação esportiva e a renovação da modalidade no Brasil.
“A Vela do Amanhã foi uma festa à parte e inesquecível para os jovens velejadores, que entraram numa disputa a bordo dos barcos da competição principal. Com a data da Semana de Vela já definida, essa regata festiva e de inserção social também estará presente”, garantiu Primo Aldrigue Júnior, coorganizador da competição.
“Já estamos nos organizando para o próximo ano e com a expectativa de voltarmos com a participação de mais de 100 embarcações concorrendo. Como principal competição da vela da América do Sul, a Semana Internacional de Vela de Ilhabela traz aos participantes um nível elevado de organização, além de impulsionar a economia da nossa querida Ilhabela. Foram bons ventos, até aqui, e serão ainda melhores em 2022”, estimou Primo Aldrigue Júnior.
Inclusão a bordo
Os velejadores integrantes do Sailing Sense voltarão às águas de Ilhabela em 2022. O projeto promove, de forma gratuita, vivências náuticas para pessoas com deficiências como surdocegueira, múltiplas deficiências sensoriais, autismo, surdez, cegueira e síndrome de Down. A bordo do veleiro, eles aprendem a manusear o leme, cabos e velas, ganhando autoconhecimento e independência. A ideia, durante o evento, é promover maior integração entre os competidores e os velejadores com necessidades especiais.
“A sensação de estar a bordo com um deficiente visual, vendar os olhos e estar na mesma condição deles é fantástico. Será um evento bárbaro de inclusão”, aposta Cuca Sodré.
Para entrar para a história
A competição deste ano, encerrada no último sábado (31), marcou o retorno dos principais eventos da modalidade. Após uma edição virtual em 2019, a Semana de Vela inovou ao reunir as regatas disputadas online e as provas nas raias de Ilhabela. Outra novidade desta temporada em Ilhabela (SP) foi a regata Vela do Amanhã, que reuniu mais de 50 crianças e adolescentes de projetos sociais.
A Virtual Edition, que já é realidade, contou com mais de 70 participantes de todas as idades, nas classes Offshore, J-70 e Fareast 28, entre os dias 20 e 22 de julho. Os gamers jogaram no simulador virtual Regatta. Na sequência, a competição presencial colocou na disputa 81 barcos em classes como ORC, RGS, Bico de Proa, Mini Transat, Multicascos, HPE 25 e C30, vindos de vários Estados do Brasil, como Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Brasília.
Membro do Comitê Organizador, Primo Aldrigue Júnior celebrou o sucesso da competição, superando os desafios impostos pela pandemia de coronavírus e o curto prazo disponível. “Tivemos uma organização técnica das provas impecável, possibilitando disputas de alto nível, com a ajuda das condições climáticas favoráveis. Com mais de 80 barcos participando e com apenas 45 dias de divulgação, o evento foi um sucesso”, disse.
A variedade de condições climáticas, com grandes oscilações de temperatura, ventos fortes, médios e fracos, exigiu muita técnica das equipes. “Realmente ganhou o melhor, porque foi uma semana muito difícil, que favoreceu quem soube aproveitar melhor todas as situações do clima e se manter na média”, destacou Cuca Sodré, presidente da Comissão de Regatas.
Cuca Sodré elege como um dos destaques da 48ª edição da Semana de Vela a presença de 25% de barcos estreantes entre os competidores. “É uma prova de que os clubes e a ABVO estão fazendo um trabalho de base, e está surgindo gente nova. É uma renovação fantástica na vela. Esta é uma semana que vai ficar para a história.”
Um dos eventos esportivos mais tradicionais do País, a Semana de Vela de Ilhabela tem quase 50 anos de história, marcada pela participação de campeões mundiais e olímpicos, como Robert Scheidt e os irmãos Torben e Lars Grael. A competição ainda reúne barcos históricos como o Atrevida, próximo de completar 100 anos, e veleiros com a mais moderna tecnologia, caso do Phoenix de Eduardo Souza Ramos, estreante nesta edição.
Campeão inédito em 2021
O +Bravíssimo, veleiro do Espírito Santo comandado por Luciano Secchin, conquistou seu primeiro título geral da Semana de Vela de Ilhabela. Numa semana marcada por muitas variações climáticas e diferentes tipos de regatas, a equipe foi a mais regular. Mesmo sem ter vencido nenhuma regata, superou outros três barcos no páreo pela liderança, numa das disputas mais acirradas dos últimos anos na classe ORC.
“Ganhamos na ORC B em 2017 e em 2019. Ficamos em terceiro geral em 2018. Sempre batendo na trave. Mas a partir do ano passado embalamos, ganhamos no Uruguai e no Rio de Janeiro. Vencemos em Ilhabela graças à nossa regularidade. Na quarta-feira, quando ventou muito, conseguimos nos defender, diferente dos barcos menores. Nos dias em que ventou pouco, fomos bem”, definiu Luciano Secchin.
O Torneio por Equipes premiou o time Caiçaras, trio formado por Xamã / Matrix Energia (ORC), Zeus (RGS) e Nautilus (Bico de Proa).
Campeões de 2021
ORC Geral – +Bravíssimo
ORC A – Xamã/Matrix Energia
ORC B – +Bravíssimo
ORC Silver – Lucky/Alforria
RGS geral – Zeus
RGS A – Zeus
RGS B – Beleza Pura 2
RGS C – Brazuca
Bico de Proa Geral – BL3 Mangalô
Bico de Proa A – BL3 Mangalô
Bico de Proa B – H2Orça
Bico de Proa C – Super Bakanna
C30 – kaikias
HPE25 – Espetáculo
Clássicos – Kameha Meha
Mini Transat – Jacaré
Multicascos – Maré XX
Brasileiro de C-30 – Kaikias
Foto: Fred Hoffmann
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