Tóquio 2020: Retorno de Robert Scheidt e definição na RS:X serão os destaque da vela brasileira

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Sailing Energy / World Sailing

As classes Laser e RS:X estão próximas de definir os 10 classificados para a medal race, regata com os melhores na fase de classificação em Tóquio 2020. Nesta quinta-feira (29), sexto dia de competições na Enoshima Yacht Harbour, o bicampeão olímpico Robert Scheidt volta a competir na Laser buscando aumentar mais suas chances de pódio olímpico. O atleta paulista está em terceiro lugar na classificação geral. Robert ficou de day off na quarta-feira (28).

A fase de classificação da RS:X, também conhecida como prancha a vela, terminará também na quinta. A categoria tem a brasileira Patrícia Freitas próxima de entrar nesse seleto grupo na 10ª colocação com 80 pontos perdidos. Estão programadas mais três provas e a mais próxima de tirar a brasileira da medal race é a finlandesa Tuuli Petaejae-Siren, que tem 89 pontos perdidos.

Patrícia Freitas tem apenas 31 anos é e está em sua quarta olimpíada. Em Pequim 2008, sua estreia nos Jogos, a brasileira ficou em 18º lugar. Já em Londres 2012 foi a 13ª e na Rio 2016 fez parte da medal race, terminando em oitavo lugar.

”A condição pode nos favorecer um pouco. Vamos nos esforçar para minimizar os erros e subir na súmula. Temos previstas mais três regatas amanhã”, contou Guilherme Hamelmann, técnico da tricampeã pan-americana.

Robert Scheidt mantém sua trajetória regular em olimpíadas, disciplina que rendeu cinco pódios olímpicos e um quatro lugar por detalhes na Rio 2016. Em terceiro, o atleta pretende seguir velejando bem, mantendo a concentração e o foco.

”A competição está equilibrada e a prova disso é a alternância de desempenho e resultados entre os principais velejadores. Tivemos dias pesados, especialmente a terça-feira, quando ficamos quase sete horas na água”, disse Robert Scheidt.

As regatas começam às 00h05 e estão com transmissão ao vivo e flashs na programação de Sportv, Globo e BandSports.

Todos brasileiros já estrearam

O quinto dia de regatas de Tóquio 2020 foi um dos mais movimentados da competição com oito classes disputando as provas olímpicas e a Equipe Brasileira de Vela praticamente completa, com a exceção já citada acima de Robert Scheidt que folgou com os Lasers.

Os 470 foram para as águas japonesas nesta madrugada. A categoria faz parte da história brasileira tanto no masculino quanto no feminino. Em Moscou 1980, Marcos Soares e Eduardo Penido conseguiram o primeiro ouro do Brasil em olimpíadas. O 470 feminino também abriu o caminho da vela feminina no pódio com o bronze de Fernanda Oliveira e Isabel Swan em Pequim 2008.

Na estreia de Tóquio 2020, Henrique Haddad e Bruno Betlhem se mantiveram na parte da frente nas duas regatas, principalmente na segunda prova terminando em terceiro lugar. Os cariocas estão em 10º no geral ainda sem a entrada do descarte do pior resultado, que pode mudar a situação deles pra melhor.

Na 470 feminina, as brasileiras Fernanda Oliveira e Ana Barbachan conseguiram um 16º e um 6º lugar e estão em 11º na classificação. As duas competem juntas desde Londres 2012 e nas duas olimpíadas que correram estiveram na medal race.

Vale ressaltar que a partir de Paris 2024, o 470 terá duplas mistas pela primeira vez. A Finn também deixará o calendário olímpico. E por falar em Finn, Jorge Zarif conseguiu um 15º e um 9º lugar nas regatas e está em 13ª posição no geral.

A quarta-feira (28) marcou também a estreia dos Nacras, com Samuel Albrecht e Gabriela Sá. Os brasileiros ficaram em 10º, 14º e 9º lugar nas três primeiras regatas da categoria e estão em 11º lugar no geral.

As campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze estão em quinto lugar na classe 49er FX com pequena oscilação na classificação após as regatas da véspera. As brasileiras tiraram 10º, sétimo e sexto lugar, respectivamente .

Já na 49er masculina, Marco Grael e Gabriel Borges disputaram três provas, ficando em 16º, 12º e 9º lugar. Na classificação geral, os brasileiros estão em 12º, com 29 pontos perdidos.

Equipe Brasileira de Vela e seus clubes

470 Masculino: Henrique Haddad | Bruno Betlhem ICRJ / RJ

470 feminino: Fernanda Oliveira | Ana Barbachan | CDJ / RS

RS: X feminino: Patrícia Freitas | ICRJ / RJ

Finn: Jorge Zariff | ICRJ/ RJ

Nacra 17 Misto: Samuel Albrecht | Gabriela Nicolino | VDS – ICRJ / RS – RJ

Laser Standard: Robert Scheidt | YCSA / SP

49er FX: Martine Grael | Kahena Kunze | RYC – ICRJ / RJ

49er: Marco Grael | Gabriel Borges | RYC – ICRJ / RJ

Como acompanhar a vela em Tóquio? 

As competições de vela nos Jogos Olímpicos possuem entre 10 e 12 regatas, variando conforme a classe em disputa. Os 10 melhores de cada classe disputam uma regata extra, a medal race, que oferece uma pontuação dobrada aos atletas.

Diferente de grande parte das modalidades olímpicas, a vela possui um sistema de pontuação invertido: o campeão é aquele que acumular menos pontos durante a competição. Quanto melhor colocado na regata, menos pontos um atleta ou uma equipe soma.

O vencedor será o velejador que, ao fim de todas as regatas, tiver acumulado menos pontos. Todos os competidores podem descartar o pior resultado na fase inicial das regatas. O percurso das regatas é definido pela organização, que forma uma linha imaginária com dois barcos para definir o ponto de largada e o de chegada.

Contornando as boias utilizadas para demarcar o percurso, os veleiros saem contra e voltam a favor do vento. As regatas podem ser adiadas e até mesmo canceladas pela falta de vento. Todas as embarcações de uma mesma classe devem ter dimensões idênticas. Dessa forma, o resultado é determinado exclusivamente pelo talento e estratégia dos velejadores.

SOBRE A CBVELA

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Tem o Bradesco como patrocinador oficial, e o Grupo Energisa como parceiro oficial e patrocinador da Vela Jovem. A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: sete. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 18 medalhas em Jogos Olímpicos.