Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br
Escrevo em uma segunda feira ensolarada, na plenitude do verão, diante dos noticiários, na expectativa de uma cura milagrosa do mal que nos atormenta. Falo da família, particular e geral, pois acredito que nós, Humanidade, somos uma família universal. Falo também do primogênito, do irmão mais velho.
Vejo no sofrimento de milhares de famílias, brasileiras e do mundo inteiro, das perdas e danos causados pela pandemia, uma peste moderna, contemporânea, uma marca inapagável do final da segunda década do terceiro milênio da era vulgar. As vacinas estão chegando, felizmente, de diversas procedências, respostas da comunidade científica e tecnológica, pois sabemos que o inimigo é invisível, poderoso e, aparentemente, indestrutível.
A Ciência também é moderna, refiro-me à nossa concepção tradicional, ao que o senso comum denomina de “Ciência”, pois sabemos que Louis Pasteur era um francês do final do século XIX, e tantos outros e, também que das duas grandes guerras vieram os antibióticos, a penicilina, os anestésicos, e tantos outras inovações, de modo que a indústria farmacêutica é uma das mais poderosas do mundo moderno, perdendo para o petróleo e a indústria da guerra.
Talvez perca também para o fabuloso mundo das drogas, da pornografia e dos espetáculos, pois todos querem se divertir, aproveitar a vida, “pra tudo se acabar na quarta feira”. Talvez algum generoso leitor rapidamente me lembre de Paracelso, os alquimistas, Hipócrates, e, talvez, São Lucas, o evangelista, que também era médico. Refiro-me, porém, no meu texto, à ciência moderna, ao mundo dos laboratórios, ao poder nacional, à produção mundial dessa droga fabulosa: “vacina”.
Não será, certamente, a panaceia, a taboa de salvação final, porém muito vai contribuir para o retorno da normalidade, sem máscara, sem álcool e sem a paranoia da contaminação. De fato, todos querem a normalidade, e, análise da conjuntura atual, nessas primeiras semanas de fevereiro é a seguinte, dentro da minha interpretação, do meu filtro particular, de um livre pensador.
Há um consenso nos meios empresariais, a prioridade é a vacinação em massa, reduzir drasticamente a mortalidade, atacar a paranoia coletiva, acalmar a coletividade e retornar à produção plena, de bens e serviços.
Com o fim da pandemia, as pessoas retornam à normalidade, ao trabalho formal e informal, gerando mais riquezas, movimentando mais a economia, reduzindo o desemprego, a miséria e todas as decorrências desse flagelo humano. Retomar o auxílio emergencial, mais reduzido e selecionado, num prazo predeterminado, uma retirada estratégica, pois já nos ensinava Napoleão Bonaparte: “mais importante do que vencer uma batalha, é saber o momento da retirada”.
O Congresso Nacional foi “conquistado”, o Centrão governa o país; estamos na mão de gente profissional, pragmática que conhece como poucos a arte do poder real, e, agora, mais do que nunca, o “mito” vai comer na mão do Centrão.
Agora não há mais desculpas, de jogar a culpa nos “outros”, o Bolsonaro tem que mostrar serviço, conforme prometido na campanha presidencial. Não era uma gripezinha, é sim uma tragédia nacional, traumática.
Vamos para o segundo tempo do jogo!
Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br
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