O Iate Clube de Santos/ Guarujá , sediou em parceria com o Clube Internacional de Regatas e a ABVO, Associação Brasileira Veleiros de Oceano, a 1ª etapa da Copa ICS Regatas de Percurso. A competição foi a primeira de Vela de Oceano no Brasil após a quarentena que paralisou os eventos da modalidade desde meados de março por conta da COVID-19. Ao todo foram 17 barcos na raia nas classes ORC, IRC e RGS.
Na classe ORC, o barco Asbar IV, de Jonas Penteado, do Iate Clube de Santos, foi o campeão por apenas um segundo de diferença diante do Chroma Lexus, com o King, de Fernando Faccio, em terceiro.
“Esta primeira etapa da Copa ICS de Regatas de Percurso reabriu o calendário com otimismo e muita disputa. Largamos com o tempo completamente fechado, chuva, ventos médios e um mar de onda que perdurou durante todo o percurso. Nós do Asbar IV fomos o primeiro na ORC com apenas um segundo de diferença do Lexus/Chroma, mas também já perdemos regatas por dois segundos ou seja, faz parte do jogo”, disse Jonas Penteado que velejou de máscara e só lamentou não poder confraternizar com os amigos após as disputas, algo tradicional dos eventos de Vela de Oceano, mas eliminado por conta dos protocolos contra a COVID-19: “Ouso dizer que velejar com a máscara não foi tão incômodo quanto o fato de não encontrar os amigos na confraternização pós regata que embora não acontecendo, não diminuiu a satisfação de todas as tripulações em velejar. ”
Na classe IRC, o barco Bravo, do Clube Internacional de Regatas, de Santos (SP), foi o vencedor com tripulação paulistana apenas 10 segundos a frente do Inaê 40 e 27 segundo do Asbar IV que fechou o pódio.
O comandante do barco campeão, o paulista Jorge Berdasco, destacou: “Foi com grande expectativa, bateu aquele friozinho na barriga. Depois de quase seis meses sem regatas, tivemos oportunidade de treinar pela primeira vez e competir. Para nós do Bravo, um Skipper 30 (30 pés e o menor barco da IRC na regata), o mar ruim, atrapalha muito. Adotamos a estratégia de deixar o barco bem “solto” e, ao final, o resultado foi excelente. O equilíbrio pode ser visto na súmula, onde os quatro primeiros estão separados por 2 minutos. Contamos com vários barcos muito bons e competitivos”, apontou Berdasco comentando sobre o protocolo seguido pela organização na luta contra o coronavírus.
“Cuidados e procedimentos por conta da pandemia do Covid: ainda é bem preocupante essa questão da saúde e tomamos os cuidados com todos os tripulantes. Usamos as máscaras na montagem/preparação do barco. Um de nossos tripulantes optou por manter a quarentena”.
Na classe RGS foram duas disputas com para o H3+ do comandante santista Carlos Rato: “Essa regata Ilha das Cabras é uma das mais importantes aqui em Santos, juntamente com Arvoredos,Laje de Santos e Laje da Conceição. Essa foi muito especial, principalmente pelo retorno as regatas como foi muito disputada. Tivemos alguns barcos de fora,como Xamã da Ilhabela, Beleza Pura de Ubatuba e outros. Muito boa regata”. O segundo lugar ficou com o Beleza Pura 2 e o terceiro com o Viva.
Na outra o troféu ficou com o Gaia III deixando o Pit-Go em segundo e o Ronin em terceiro.
Estreia do sistema de rastreamento de tracking para regatas – A competição teve o teste positivo do sistema de rastreamento dos veleiros em tempo real através do aplicativo de celular chamado RaceQS criado por Bayard Neto, comandante do Inaê 40.
“A adesão foi excelente . Quase 100% dos barcos foram rastreados . Um ou outro deve ter encontrado problemas na configuração, alguns deixaram o telefone solto no barco e como o mar estava muito mexido , interfere muito na movimentação do avatar do tracking. Mas foi uma experiência bacana e estamos aprendendo novas funcionalidades todo dia”, disse Bayard.
“Achei muito válida a experiência. É um sistema muito funcional e ajuda quem quer acompanhar à distância e nós que estamos em competição. Acessamos durante a regata e o tracking se mostrou mais uma ferramenta para a navegação”, apontou Berdasco aprovando o sistema.
Mario Martinez, comodoro da ABVO e comandante do Rudá, que competiu na regata, salientou a importância do sistema e do retorno às competições: “É uma novidade criada pelo Bayard com total apoio da ABVO e que foi aprovada pelos velejadores e já confirmamos o uso dela nas próxima regata em Ubatuba. É um facilitador para o público acompanhar a regata e os familiares dos velejadores. Quem competiu pode analisar após as regatas e trabalhar para futuras táticas em disputas posteriores. Nós da ABVO estamos muito felizes com a competição que atendeu todo o protocolo de distanciamento, velejadores de máscara em terra e sem confraternização ao término da mesma para atender a este momento àtípico que vivemos no Brasil e no mundo. Estamos muito felizes em poder voltar a competir e oferecer provas para nossos velejadores que estavam com saudades das disputas no mar”.
O evento teve também a chancela da FEVESP e conta com o apoio da classe RGS/BRA.
Resultados da competição:
ORC
1 – Asbar IV – ICS – 2h11min38s
2 – Chroma Lexus – ICS – 2h11min39s
3 – King – ICS – 2h14min55s
4 – Xamã – YCI – 2h30min49s
IRC
1 – Bravo – CIR – 2h45min18s
2 – Inaê 40 – Pier 27 – 2h45min28s
3 – Asbar IV – ICS – 2h45min45s
4 – Rudá – CIR – 2h47min21s
5 – King – ICS – 2h47min42s
6 – Xamã – YCI – 3h10min33s
RGS
1 – H3+ – 2h39min34s
2 – Beleza Pura 2 – 2h53min47s
3 – Viva – 3h21min37s
4 – Fugaz – 3h29min35s
5 – Squalus 1 – 4h08min33s
Cat 2
Gaia III – 2h08min24s
Pit GO – 2h08min28s
Ronin – 2h23min58s
Pitanga – 2h58min30s
Pelicano – Não completou