Velejador e criador do barco Brasil 1 -Alan Adler: O mundo conheceu Itajaí e aprendeu a dizer seu nome, e virou a “grata” surpresa do circuito”

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O cenário é em 21 de junho de 2013, a cidade de Itajaí vive seus dias de glórias no contexto náutico internacional. E já se prepara rara receber outras duas regatas internacionais e mais uma edição da Volvo Ocean Raca, 2014/2015 e uma terceira 2017/2018.

Pois é, dentro deste cenário – o Reta News entrevistou o velejador Alan Adler, o criador do primeiro e único barco brasileiro a participar de uma edição da regata The Ocean Race.

Adilson Pacheco
Editor

#História da primeira parada brasileira da The Ocean Race em Itajai

Regata News—Organizar um evento internacional em uma cidade que até então nunca em seus 150 sediou algo semelhante

Alan Adler  – Foi fantástico ver a população de Itajai e do entorno da região se engajando para ver os barcos chegando, além da visitação à vila da regata que superou todas as expectativas. Acredito que foi um marco para a cidade e para a região, eles puderam interagir durante quase três semanas com pessoas do mundo todo. A cidade se projetou no mundo e a Volvo Ocean Race passou a ser conhecida em um outro estado brasileiro. Essa troca é importante para o sucesso do evento e do esporte no país e no mundo.

 

 

 

Horacio Carabelli e Alan Adler – Foto Adilson Pacheco

Regata News -Primeiros desafios para deixar a cidade preparada para o evento.

Alan  – Em um primeiro momento precisávamos fazer as autoridades e a população entenderem a grandiosidade do evento e que, por ser o maior evento de Vela do mundo, exigia uma logística extremamente complexa.

Depois era importante mostrar o legado que o evento deixaria para a cidade. Entre eles estavam o investimento em infraestrutura, a construção de um parque e melhorias no Centro de Eventos.

Fomos negociando e adaptando o projeto para que pudéssemos realizar um evento com excelência, mas que também atendesse a cidade. Conseguimos viabilizar, entre outras coisas, as vias especiais para os caminhões, dragagem do rio para a entrada dos barcos, a ancoragem dos barcos, a disponibilização constante dos guindastes para içar os veleiros para manutenção, a iluminação na Vila da Regata e a utilização de geradores ao invés da energia pública.

 

Regata News   -Março de 2010 você está em Itajaí como presidente da Brasil 1 e quase dois anos depois – você e o CEO da IMX do Eike Batista. O que mudou em seu perfil de investidor no mercado náutico e de outras áreas esportivas?

Alan – -A IMX é uma Joint venture entre os grupos EBX e IMG Worldwide, uma empresa global de esportes, mídia e moda, que opera em 30 países e com experiência de mais de 50 anos.

O modelo de negócios da IMX é robusto e abrange toda a cadeia de valor da indústria, o que me possibilitou ampliar meu campo de atuação. Atuamos nos segmentos de Eventos (criação, produção e promoção de eventos esportivos e entretenimento ao vivo), Serviços (gerenciamento de talentos, consultoria em marketing esportivo e Hospitality), Digital (venda de ingresso e distribuição de conteúdo) e Venues (gestão e operação de estádios, arenas e outros espaços para eventos).

 

Regata News – Itajaí no contexto náutico mundial

Alan – Itajaí ainda não é uma cidade famosa no contexto náutico, é um processo que demanda anos e exige uma dedicação muito grande por parte das autoridades públicas locais, o primeiro passo foi dado – sediou um dos maiores eventos náuticos do mundo e isso dá uma visibilidade para outros projetos. O segundo passo é a infraestrutura instalada que ficou de legado para a cidade, que a torna apta para sediar diversos eventos náuticos de grande porte. O terceiro e último legado é a expertise que a população local adquiriu no decorrer do evento e nas demais competições que irá sediar, isso capacita as pessoas e estimula os mais jovens a seguir esse caminho.

O mundo conheceu Itajaí e aprendeu a dizer seu nome, e virou a “grata” surpresa do circuito. O evento foi abraçado não somente por Itajaí como por todos do Sul do país, a maioria das cidades eram representadas por um público simpático e pacifico. Os velejadores e a organização foram embora de Itajaí com a melhor das impressões da região e impressionados com o “calor” humano que o evento foi recebido.

Regata News   -Desistir… devido aos entraves e problemas internos?

Alan  – Nunca pensei nisso, pelo contrário sabia que íamos fazer história na cidade e na região

 

Regata News  – Itajaí como sede de grandes eventos internacionais náuticos?

Alan -Não existe nenhuma iniciativa além da Volvo Ocean Race na cidade de Itajai, mas a IMX levou esse ano pela primeira vez o UFC para a cidade de Jaraguá do Sul, carimbando mais uma vez o estado de Santa Catarina para o mundo.

 

Regata News  -Itajaí na mídia

Alan -Tivemos 264 jornalistas credenciados para cobertura da parada em Itajai, um retorno de mídia total de mais de 82 milhões, 175 matérias de TV, 407 impressas e 5.000 de internet.

Regata News – Custo de uma mídia mundial que iniciou em março de 2010 até hoje maio de 2013?

Alan- Se Itajaí fosse gastar em publicidade para investir no seu nome para divulgar a cidade pelo mundo, iria gastar 10X mais e talvez não tivesse o retorno que teve e que ainda terá. Este processo teve início em 2010 e se a cidade continuar neste caminho poderá colher ainda muitos frutos e tornar a marca Itajaí forte e conhecida nacionalmente e, acima de tudo, globalmente.com o “calor” humano que o evento foi recebido.