Saiba como o Dongfeng Race Team ganhou Volvo Ocean Race mais apertada da história

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Leg 11 from Gothenburg to The Hague. Finish at The Hague. 24 June, 2018./Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race
Leg 11 from Gothenburg to The Hague. Finish at The Hague. 24 June, 2018./Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race

A Volvo Ocean Race 2017-18 só foi decidida nos últimos metros deste domingo (24). Com MAPFRE, Team Brunel e Dongfeng Race Team praticamente empatados antes da largada, o vencedor da 11ª etapa seria o campeão. E a regata foi muito parelha nas mais de 700 milhas.

E o chinês Dongfeng Race Team conquistou o título ao vencer a última regata, percurso de Gotemburgo (Suécia) e Haia (Holanda).

O time vermelho ganhou a 11ª etapa com o tempo de 3 dias, 3 horas e 22 minutos. O segundo lugar nesta perna ficou com o team AkzoNobel e o terceiro como o MAPFRE.

Leg 11 from Gothenburg to The Hague. Finish at The Hague. 24 June, 2018./ ./Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race
Leg 11 from Gothenburg to The Hague. Finish at The Hague. 24 June, 2018./ ./Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race

O barco comandando pelo francês Charles Caudrelier pegou um caminho diferente dos demais perto das zonas de exclusão. A estratégia deu certo e eles foram campeões.

“Não estávamos em uma posição tão boa, mas confiamos em nossa escolha e pressionamos”, disse Charles Caudrelier. “Os outros não nos seguiram, nós acreditamos e vencemos. Sempre confiamos uns nos outros. Ninguém pensou que íamos vencer esta última etapa, mas eu tive um bom pressentimento”.

A decisão, no entanto, não surtiu efeito no curto prazo. O barco caiu na tabela depois da nova rota, mas no domingo pela manhã, com menos de 100 milhas para o fim.

”Sabíamos que inicialmente ficaríamos para trás e que, se desse certo, seria apenas no final. O último relatório de posição do domingo nós estávamos a 27 milhas do final e eles tinham 20 milhas de vantagem. Parecia perdido, mas eu fiz um cálculo e vi que dava. Acordei todo mundo e aceleramos”, completou Charles Caudrelier.

O Brasil pode comemorar parte do título. A holandesa Carolijn Brouwer se considera brasileira por ter morado em Niterói (RJ) e Belo Horizonte (MG) por mais de uma década. Ela e a francesa Marie Riou são também as primeiras mulheres a vencer a Volvo Ocean Race.

Competição apertada

O resultado foi o mais apertado da história de 45 anos da regata de Volta ao Mundo. O vice-campeão MAPFRE e o terceiro colocado Team Brunel começaram a perna dividindo a liderança.

O barco Dongfeng Race Team somou ao todo 73 pontos, incluindo a bonificação extra por ter percorrido mais milhas em menos tempo no acumulado das 11 etapas. O MAPFRE fez 70 e o Team Brunel 69. O AkzoNobel, da brasileira Martine Grael, terminou o campeonato em quarto lugar.  Na sequência ficaram Vestas 11th Hour Racing, Turn the Tide on Plastic e SHK | Scallywag.

O MAPFRE do campeão olímpico espanhol Xabi Fernández ficou em terceiro na perna 11, o que colocou a equipe em segundo lugar no geral. Mas a armada ibérica queria o ouro!

 

“Está sendo difícil pra gente”, admitiu Xabi Fernández. “Nós navegamos muito bem durante todo o campeonato e nesta perna também, então, naturalmente, estamos um pouco decepcionados. Ficamos muito, muito próximos desta vez, mas não foi o suficiente. Por isso, temos que dizer parabéns ao Dongfeng, que navegou um pouco melhor que nós”.

O comandante do Team Brunel, Bouwe Bekking, não conseguiu ser campeão depois de oito tentativas com um final em casa, na Holanda.

Leg 11, from Gothenburg to The Hague, arrivals. 24 June, 2018./Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race
Leg 11, from Gothenburg to The Hague, arrivals. 24 June, 2018./Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race

“Terceiro lugar, ainda no pódio, acho que podemos ter muito orgulho disso como um time”, disse Bouwe Bekking. ”Achamos que tínhamos feito a escolha certa (para ir mais longe da costa) e esperávamos uma mudança de vento. Chegou 90 minutos mais tarde. Temos que parabenizar a Dongfeng e a MAPFRE por seus resultados”.

A Volvo Ocean Race 2017-18 teve 11 etapas e uma passagem pelo Brasil. Itajaí (SC) recebeu os barcos vindos dos mares do sul em abril deste ano. A campeã olímpica Martine Grael esteve presente em todas as pernas a bordo do team AkzoNobel.


 

Fonte – Flávio Perez