ONU Meio Ambiente: Volvo Ocean Race está na lista 10 de modalidades esportivas que estão combatendo a poluição por plástico

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De mergulhadores que coletam resíduos do fundo do mar a corredores que pegam lixo enquanto correm, atletas e entusiastas dos esportes estão unindo forças para enfrentar a onda de poluição por plásticos que está envenenando os oceanos do mundo.

  A ONU Meio Ambiente listou dez iniciativas de diferentes modalidades esportivas do mundo engajadas no combate à poluição por plásticos.

Foto: Volvo Ocean Race
Foto: Volvo Ocean Race

De mergulhadores que coletam resíduos do fundo do mar a corredores que pegam lixo enquanto correm, atletas, entusiastas dos esportes e clubes estão unindo forças para enfrentar a onda de poluição por plásticos que está envenenando os oceanos do mundo.

A ONU Meio Ambiente trabalhou de perto com o governo britânico para organizar um café da manhã esportivo na cúpula da Commonwealth, em abril, na qual o secretário britânico do Meio Ambiente, Michael Gove, reuniu líderes, incluindo executivos da liga profissional de futebol da Inglaterra, a Premier League, para pedir soluções inovadoras e estabelecer ações para combater a poluição por plásticos.

Os principais eventos esportivos podem consumir, cada um, até 750 mil garrafas plásticas, de modo que a pressão é necessária para limpar a indústria e usar o alcance global do esporte para aumentar a conscientização entre os fãs.

Abaixo estão listados dez exemplos de modalidades esportivas e atletas que se dispuseram a enfrentar esse desafio.

 

1) Vela: Virando a maré de plástico

É a corrida de uma vida e a causa de uma geração. A Volvo Ocean Race conta com sete equipes competindo por 45 mil milhas náuticas pelo mundo todo ao longo de oito meses, em uma disputa difícil que visa aumentar a conscientização sobre questões de sustentabilidade, incluindo a ameaça representada pela poluição por plástico no mar.

Este ano, o iate Turn the Tide on Plastic (Vire a maré do plástico) concorre para divulgar a campanha Mares Limpos da ONU Meio Ambiente.

Capitaneada pelo britânico Dee Caffari, o Turn the Tide on Plastic está reunindo dados sobre microplásticos como parte do Programa de Ciências da Volvo Ocean Race.

“Com os experimentos científicos que estamos realizando a bordo da embarcação, conseguimos obter dados brutos sobre os microplásticos”, disse Caffari. “Estamos coletando dados de referência que as pessoas não podem ignorar, portanto, esperamos que, no futuro, possamos ver uma mudança na quantidade de microplásticos na água”.

 

2) Críquete: Índia se torna mais verde; Reino Unido elimina canudos

Estádio de Chinnaswamy, em Bangalore, Índia. Foto: Flickr/Ashwin Kumar (CC)
Estádio de Chinnaswamy, em Bangalore, Índia. Foto: Flickr/Ashwin Kumar (CC)

Nas cidades de Bangalore e Indore, na Índia, um novo “protocolo verde” está sendo colocado em ação. Em Bangalore, o estádio de Chinnaswamy adotou uma política de lixo zero, usando um exército de voluntários vestidos de verde para separar o lixo e educar os espectadores durante os jogos da liga indiana. Cerca de 40 mil torcedores comparecem em cada partida no estádio, gerando de 3 a 4 toneladas de lixo. Como o lixo não é separado, ele tem que ser enviado para aterros sanitários.

Sob um novo “protocolo verde”, foram colocados cestos para resíduos secos e úmidos, e voluntários garantem que o lixo seja colocado no recipiente correto. Os resíduos úmidos são enviados para uma usina de biogás ou compostagem, enquanto os secos serão reciclados. Os vendedores de alimentos foram solicitados a usar folhas de areca ou pratos feitos de amido de milho.

Em Indore, um exaustivo “protocolo verde” detalha 72 maneiras de reduzir, reutilizar e reciclar o lixo, incluindo itens plásticos, no estádio, que pretende estar livre de plástico até 2019. Vários parceiros, incluindo as administrações distritais e municipais, os times de críquete e a ONU Meio Ambiente contribuíram para esta estratégia.

No ano passado, o campo de críquete Kia Oval, em Londres, anunciou que pretendia se tornar totalmente livre de plásticos até 2020. O estabelecimento proibiu o uso de canudos plásticos na atual temporada, introduziu copos recicláveis de café e de outras bebidas ​​e está interrompendo o uso de sacolas plásticas na loja do clube. Também instalou 20 bebedouros e distribuiu 20 mil garrafas reutilizáveis ​​de edição limitada.

 

3) Futebol: Estimulando os outros a agir

Time do Tottenham Hotspur em partida da Premier League contra o Manchester United em dezembro de 2016. Foto: Wikimedia Commons/Ardfern
Time do Tottenham Hotspur em partida da Premier League contra o Manchester United em dezembro de 2016. Foto: Wikimedia Commons/Ardfern

Time do Tottenham Hotspur em partida da Premier League contra o Manchester United em dezembro de 2016. Foto: Wikimedia Commons/Ardfern

O clube de futebol Tottenham Hotspur pode ganhar a Premier League este ano e também está liderando o combate ao lixo plástico. Em abril, anunciou que interromperia o uso de plásticos descartáveis em seu novo estádio, que deve ser inaugurado na próxima temporada. O objetivo é eliminar canudos, mexedores de café e de outras bebidas, talheres e outras embalagens plásticas.

Nos Estados Unidos, a Adidas e a Major League Soccer lançaram kits especiais, feitos de plástico reciclado em parceria com a marca Parley, para partidas no Dia Internacional da Mãe Terra, em 22 de abril. Todos os 23 clubes usaram camisetas Adidas Parley 2018 MLS, feitas a partir de fios fabricados a partir de resíduos de plástico encontrados nas praias e nas comunidades costeiras.

 

4) Rúgbi: Twickenham converte copos descartáveis ​​em souvernirs

Estádio de Twickenham. Foto: Wikimedia Commons/Diliff (CC) Estádi
Estádio de Twickenham. Foto: Wikimedia Commons/Diliff (CC)

 

O distrito britânico de Twickenham, a casa do time de rúgbi inglês, introduziu um copo reutilizável para substituir os descartáveis ​​utilizados anteriormente nos jogos.

Quando os clientes compram sua primeira bebida, pagam um depósito reembolsável 1 euro. Quando retornam ao bar com o copo, podem optar em permanecer com o copo como lembrança ou devolvê-lo e recuperar o depósito.

Em geral, cerca de 140 mil litros de cerveja são vendidos durante uma partida internacional, o que significa que 140 mil copos provavelmente seriam jogados fora.

 

5) Atletismo: Londres busca respostas para o uso de garrafas plásticas nas maratonas

Maratona de Londres em 2007. Foto: Flickr/Tuan Hoang Nguyen (CC)
Maratona de Londres em 2007. Foto: Flickr/Tuan Hoang Nguyen (CC)

 

Na maratona deste ano em Londres, os organizadores testaram o uso de copos biodegradáveis e compostáveis ​​para reduzir o número de garrafas plásticas que normalmente enchem as ruas após o evento. Cerca de 90 mil copos foram distribuídos em três estações de bebida ao longo da rota, bem como 760 mil garrafas de plástico para os corredores. Todas as garrafas foram recicladas após a corrida, e o uso dos copos será estudado.

 

6) Jogos da Commonwealth 2018 na Austrália proíbem balões

A Gold Coast australiana. Foto: Wikimedia Commons (CC)
A Gold Coast australiana. Foto: Wikimedia Commons (CC)

Os Jogos da Commonwealth foram realizados na Gold Coast da Austrália em abril, e os organizadores estavam determinados a fazer todo o possível para proteger a região, seus cursos d’água e oceanos. Balões de hélio foram banidos do evento e os espectadores foram encorajados a levar sua própria garrafa para encher em bebedouros.

 

7) Baseball: White Sox bane canudinhos

Foto: Flickr/Ken Lund (CC)
Foto: Flickr/Ken Lund (CC)

 

Em abril, o White Sox tornou-se o primeiro time da principal liga de baseball norte-americana a servir bebidas sem canudinho. A expectativa é de que a decisão tire 215 mil canudinhos de circulação durante a temporada.

 

8) Natação: atravessar o Pacífico em nome da ciência

Foto: Ben Lecomte
Foto: Ben Lecomte

 

Com 8,9 mil km, não é de se admirar que esteja sendo chamado de percurso mais longo. No fim de maio, o aventureiro e ativista Ben Lecomte irá nadar de Tóquio a São Francisco em nome da ciência e da sustentabilidade. A odisseia de Lecomte o fará atravessar a grande ilha de lixo do Pacífico, uma massa de resíduos localizada em algum ponto entre o Havaí e o litoral da Califórnia que formou uma espécie de ilha de plástico três vezes maior que a França.

Lecomte e sua equipe de apoio irão contribuir com oito programas de pesquisa durante o percurso, abordando diferentes questões, desde a poluição por plástico até correntes e radiação. Usando uma rede Nêuston e amostras de água, a equipe fará coletas diárias de microplásticos no mar para ajudar os pesquisadores a saber mais sobre esses minúsculos poluentes que estão entrando na nossa cadeia alimentar.

 

9) Mergulho: retirando lixo do fundo do mar

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Mergulhadores dos Emirados Árabes Unidos recolhem lixo do fundo do Mar Arábico para para alertar sobre os danos causados ​​pelo plástico e, ao mesmo tempo, documentar a vida marinha.

Mohammad Falasi, um biólogo marinho, montou a equipe depois que descobriu que o fundo do mar estava coberto de lixo. Agora, ele e seus amigos realizam limpezas nos fins de semana, coletando plástico, metal, vidro, cerâmica, borracha, madeira e carvão.

 

10) Plogging: coletar lixo enquanto corre

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Não é necessário ser atleta de elite para participar da luta contra os plásticos. Você pode experimentar o “plogging”. A mania sueca, que envolve pegar lixo enquanto corre, está virando tendência e terá eventos no mundo todo durante o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. O nome vem da combinação da palavra sueca “plocka” (coragem) com “to jog” (correr em inglês).

A campanha Mares Limpos está comprometida em ajudar a colaborar com qualquer modalidade esportiva que queira fazer a diferença no combate à poluição por plástico.


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