Hegemonia do vôlei mineiro,
imagem Final Sada Cruzeiro x
Sesi São Paulo
Artur de Figueiredo
Correspondente em São Paulo
Com a conquista do último domingo (06) sobre o Sesi São Paulo, o Sada Cruzeiro ‘cravou’ seu sexto título de Superliga. Os números são impressionantes. Ninguém ganhou quanto a equipe mineira. O ano só não foi 100%, pela eliminação para o forte Zenit Kazan, no Mundial de Clubes. O clube mineiro ficou com a terceira posição.
O título acabou indo para as mãos dos russos. Com as conquistas da Copa Brasil, Sul americano, mineiro e a Superliga, os mineiros têm motivos pra comemorar e também para se lamentar. Com a saída de Leal e Uriarte, os pilares da finalíssima contra a equipe paulista, acende-se uma luz amarela e sucinta aquela pergunta ao torcedor: ‘Nos manteremos no topo’?. É a pergunta que não quer calar.
Em uma equipe que perdeu nomes, como Wallace e William, foi colocado em ‘xeque’, se a equipe manteria o mesmo espírito das conquistas. A substituição veio a altura e logo foi se colhendo os frutos, o desconhecido Uriarte, logo foi criando identidade com o grupo, fazendo com que a torcida celeste, diminuísse a saudade pelo o ‘mago’. Evandro chegou, e não ‘pesou’, a camisa celeste foi só mais um fator de motivação para a busca das conquistas.
Chega a informação que o ponteiro americano Sander está de chegada no clube celeste. A informação ainda não é oficial por parte do Sada Cruzeiro, mas os rumores são fortes. Luan Weber é outro que vem pra fortalecer a equipe. Com o clima de desconfiança de outrora, chegam com a mesma despretensão de outros, mas sabendo que a batuta de Marcelo Mendez é impecável, em tirar o melhor de cada jogador e prepará-los a ‘coisas grandes’, as costumeiras conquistas.
A partida
O famoso ‘repeteco’, o que se mostrou na última partida realizada na capital paulista, se contextualizou: duas equipes organizadas ‘defensivamente’, e com muito equilíbrio de ambos os lados. O que acabou fazendo a diferença foram aqueles detalhes que passam despercebidos para muitos, mas que é determinante no resultado.
O Mineirinho estava vestido de azul e branco. A manhã ensolarada de domingo trazia toda vitamina D para a equipe celeste. D de DNA de vitória. Esse foi mais um enredo presenciado e aclamado por toda nação cruzeirense que pôde comemorar mais uma vez. Vitória por 3 sets s 2, e festa pronta e preparada para o time multicampeão.
O argentino Uriarte foi a grande surpresa, o levantador que defenderá o Taubaté na próxima temporada, soube varias bastante o jogo, não deixando Leal e Evandro, apenas, incumbidos da missão, de ‘virar as bolas’. Isac e Simon, atuaram de forma forte, presente, sejam nas bolas de velocidade ou até mesmo bloqueando.
Do lado do Sesi, William Arjona tentou variar o jogo, mas batia de frente com o muro cruzeirense. Lucão era a ‘válvula de escape. O Sesi adotou uma outra forma de jogar, com saques mais táticos e manter e um equilíbrio no fundamento.
O volume de jogo celeste, aliada ao equilíbrio emocional e poder de decisão, foram determinantes para a vitória diante o clube paulista. A vitória no Tie Break se definiu, após um erro no passe do atual libero Murilo Endres. O ex ponteiro da seleção foi bastante criticado, especialmente, por ser tão ‘intocável’ na seleção, em um jogo, que o outro líbero, já se mantém no topo do vôlei nacional, e conquistaria naquele momento, mais um titulo nacional, o jogador celeste, Serginho.
Hegemonia mineira…
Em uma temporada, que o Praia Clube venceu de forma inédita a Superliga Feminina e o Camponesa Minas, na conquista do Sul americano, define um novo status do vôlei feminino: Rio de Janeiro e Osasco, como as equipes, que de forma rotineira, decidiam quase tudo no certame nacional. Dessa vez, os clubes mineiros, estão se reforçando cada vez mais, e o mercado que se mostrava anteriormente, polarizada entre paulistas e cariocas, hoje, se contextualiza, como local’, apenas entre mineiras.
O Sesc sem dinheiro pra investir vem perdendo várias atletas e a tão famigerada espinha dorsal que contava com Fabi, Juciely, Gabi, praticamente, se sucumbiu. A primeira da lista, e considerada até hoje uma das melhores líberos do planeta, anunciou sua aposentadoria. Gabi acertou com o Camponesa Minas e, Juciely, ainda se mantém na equipe carioca, mesmo com propostas na ‘mesa’.
Do lado do Osasco, a principal parceira e investidora, a ‘Nestlê’ anunciou que não ficará na equipe paulista, com isso, chegou até se falar, num possível término do time, que carrega por décadas, uma história de muitas conquistas e uma torcida extremamente fiel. O ‘silêncio perturbador’- Não se fala nada a respeito de quem será o próximo investidor do Osasco e a perda de atletas, como a destaque Tandara, entre outras, cada vez mais, vem se definindo.
A campeã Praia Clube manterá a base que conquistou a Superliga, com o reforço ainda de Rosamaria, que teve um ano de altos e baixos no arquirrival, Camponesa Minas.
Para o futuro do vôlei feminino, uma nova cena vem se contextualizando, a volta da força, da tradição do Minas, aliada ao forte investimento do Praia Clube, deixam em segundo plano, as equipes do Osasco e Rio de Janeiro, que estão agindo de forma quieta, sem alarde, para reforçar suas equipes. Em tese, as mineiras estão em um patamar a cima das citadas, e que o trabalho sério, de longo prazo, especialmente, a paixão do mineiro, vem sendo um divisor de águas para a retomada das conquistas.