Balneário Camboriú: Apesar da crise, setor de moda ainda é um dos que possuem mais potencial de crescimento

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Foto - Ednilson Junior
Foto – Ednilson Junior

 

Profissionais envolvidos com o mercado da moda abriram o primeiro dia da Conferência ONDM – O Negócio da Moda, que segue até quarta-feira, com palestras e talk shows para debater o futuro desse mercado que não para de crescer.  O ONDM já é considerado o maior evento do segmento voltado para a inteligência criativa com o objetivo de promover negócios entre todas as pontas. Mais de 30 conferencistas debateram o negócio da moda de forma objetiva e esclarecedora. O governador do Estado, Raimundo Colombo, falou sobre a importância do setor têxtil catarinense, visto que já representa cerca de 15% das indústrias deste segmento no Brasil.

Porém, o governador não deixou de lembrar que o País está passando pela pior recessão da sua história, com uma queda no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de 10% entre 2014 e 2016. Isso influenciou no consumo e, com certeza, está exigindo das empresas muito mais criatividade para se manter no mercado. Além do governador, participaram dos debates Fernando Pimentel, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Amélia Malheiros, do SCMC (Santa Catarina Moda e Cultura), Carlos Chiodini, da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Iuri Cristofolini, do Sinfiatec, Fábio Bartelt e Anderson Baumgartner, da Way Model, além de representantes da Lezalez, Brandilli, Petit Cherie, WJ e Colcci. O primeiro dia de trabalho fechou com a palestra “A Nova Era da Moda” com  André Carvalhal, ex-marketing da farm.

O presidente-executivo da Abit, Fernando Pimentel, disse, durante o ONDM, que o Brasil precisa fazer a sua lição de casa, com redução das taxas de juros, da dívida e a retomada do crescimento. Apesar das dificuldades, Pimentel enfatizou que acredita no Brasil e citou que algumas empresas já estão apostando em inovações e, com isso, mesmo em meio à crise, estão obtendo resultados positivos. Entre os grandes players que estão crescendo estão C&A, Riachuelo e outras empresas de varejo de departamentos. “Com criatividade, eles estão apostando em design, em fast fashion, coleções cápsulas e preços competitivos. Assim, não só estão se mantendo no mercado, mas crescendo. Por isso, acreditamos que o País pode voltar a crescer. O Brasil tem um grande potencial para isso”, enfatiza.

 

Os empresários brasileiros não estão parados. Mas, sim, trabalhando para driblar a crise. Um exemplo de trabalho colaborativo entre empresários em Santa Catarina é o SCMC, que conta com a participação de 16 empresas do segmento. Nos 11 anos de SCMC já passaram pelo programa, segundo a presidente, Amélia Malheiros, 52 empresas. Eles trocam experiências em busca de uma melhora na consolidação de suas marcas e para que o Estado seja reconhecido como produtor de moda.

De acordo com o idealizador do ONDM, Ivan Jasper, a expectativa para esse ano é de que dobre o número de participantes. Na edição de 2015 participaram cerca de 1.200 pessoas. Esse ano, com um dia a mais de evento, e, em virtude da grande demanda, deve chegar a 2.400 participantes respirando moda durante três dias.

O ONDM é resultado de um grande sonho do empresário Ivan Jasper. Conhecedor do potencial do segmento, não entendia como não eram trabalhados grandes eventos para compartilhamento de inteligência em Santa Catarina. Depois de conversar com o ícone do São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, que estará no ONDM, encontrou o modelo ideal para o Estado. “Estamos recebendo participantes de todo o País e de diversos segmentos da moda. Isso só prova que estávamos certos ao insistir que devemos investir nesse nicho, que é tão forte em Santa Catarina. Também temos que trabalhar para deixar de ser conhecido como produtor de peças básicas ou private label e partir para o reconhecimento da moda catarinense”, avalia.

A proposta do ONDM é de que todos esses profissionais contribuam com a sua experiência para que os participantes tenham acesso a trajetórias e cases de sucesso, aprendam com erros que já foram superados e entendam um pouco desse processo complexo que faz a moda, como estar por dentro das tendências, a busca de referências, como ocorre o processo de consolidação de uma marca, quais os desafios enfrentados todos os dias e muito mais. “Por isso, entendo o ONDM como uma oportunidade única de compartilhamento de inteligência criativa com a promoção de negócios”, avalia Jasper.