OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO : ITAJAÍ/ DEZEMBRO

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Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Escrevo nessa bela manhã, na tranquilidade de minha casa, ouvindo Schubert. Bem cedo, no inicio da manhã, acordo ouvindo o canto de um sabiá, incomparável, anunciando que o sol está pronto a manifestar-se no milagre de mais um dia.

Sinto-me convidado a escrever, colocar no papel, agradecer a oportunidade da vida, compartilhando ideias.

É muito bom viver em Itajaí, acompanhar o ritmo da cidade e, também, usufruir da proximidade à Biblioteca da Univali, espaço do conhecimento, com seu enorme acervo, de coisas referentes ao passado, presente e futuro. Sempre frequentei a Biblioteca, gostava das surpresas de encontrar um livro, um artigo, uma revista que convergia para o meu pensamento, temas que contribuíam para os pontos de vista, novas perspectivas, uma inusitada abordagem às questões simples que a minha mente perseguia.

Aliás, estamos sempre perseguindo novos assuntos que vão sendo agregados e ajudam a renovar os pressupostos iniciais, pois como se fala “somos metamorfoses ambulantes”, um enfoque direcionado à mudança.

Penso, às vezes, que existe uma magia em nossa relação com os livros, pois sempre aparece, nas buscas, na caminhada pelas estantes, nos labirintos da Biblioteca, um título, um autor, algo que nos desperta um olhar, ou melhor, vai se adicionando aos antigos interesses, sempre novos, sempre atuais, como, por exemplo, meu gosto pelo poder de Veneza, uma cidade que me faz pensar na competência por se defender e dominar o mar Mediterrâneo. Bem mais do que isso, influenciar diretamente na formação da Holanda e na criação do Banco da Inglaterra, as raízes do capitalismo moderno.

Em Veneza, chama a atenção o famoso Arsenal, uma capacidade incrível da engenharia naval, grande produtividade, a capacidade de produzir navios, decisivos nas inúmeras guerras navais, inclusive nas Cruzadas.

Porém, esse artigo não é sobre Veneza, nem à sua incrível competência na arte da espionagem e na inteligência militar, a sua habilidade na estabilidade política.

Gosto dessas manhãs de Itajaí, uma cidade destinada a ser uma referência no mundo dos negócios internacionais, porto, aeroporto, regatas, estaleiros e, o que é melhor, um povo generoso e acolhedor.

Temos o time do Marcilio Dias, centenário, escasso em título, porém, tão querido por nossa gente, sempre esperançosa de que “um dia o Marcílio chega lá”.

Claro que não podemos ser, como se fala no México, de sua seleção nacional, “lutou como nunca, perdeu como sempre”. Gostos de pedalar até a “Talaia”, tomar um banho de mar e ver os grandes navios, entrando e saindo, mostrando que Itajaí, está inserida no complexo fluxo internacional de mercadorias e negócios.

Gosto das flores e dos nossos jardins abertos, acompanhando as avenidas, imprimindo um colorido tão vistoso, numa paisagem tão poética que somente nossa cidade tem.

Basta olhar para os lados, ir a pé à Cabeçudas, ouvir os pássaros e olhar a linha do horizonte. Nesse quase encerramento do ano, fica esse texto carinhoso para Itajaí, minha cidade natal. Um texto incompleto, inacabado, como se estivesse pedalando por essa planície, livre, os pneus cheios de ar, sem destino.

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OPINIÃO DE CÉLIO FURTADO : MANHÃ DE CHUVA – Mercado de Notícias (mercadodenoticias.com.br)

 

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br

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