Celebração em família e desafios pessoais na 46ª Semana de Vela de Ilhabela

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Pajero, fita azul de Toque-Toque/ Aline Bassi | Balaio

 

Equipe do Aquarius/Marcos Mendez

Inaê em dose dupla, com dois barcos e toda a família Umbuzeiro a bordo, e o teste de superação da jovem equipe do Grêmio de Vela do Rio de Janeiro, estão entre os destaques da competição, que segue até sábado (20)

Para além das disputas acirradas na raia, a Semana Internacional de Vela de Ilhabela também é sinônimo de celebração em família e histórias de superação pessoal. A maior competição de vela oceânica da América do Sul tem significado especial para muitas tripulações, como as dos dois Inaê na edição deste ano. O Inaê 50, da classe Bico de Proa, está comemorando dez anos, e pela primeira vez veio para a ilha junto com o “irmão mais novo”, o Inaê 40, da classe IRC.

Inaê em dose dupla na competição/
Aline Bassi | Balaio

Os dois barcos são comandados pela família Umbuzeiro. No Inaê 50, quem lidera é Bayard Filho, veterano com 20 anos de participação na Semana de Vela. “Nós somos esportistas de nascença, e sempre no mar. Da caça submarida para a pesca oceânica e da pesca oceânica para a vela. Continuamos a praticar as três atividades, e vamos passando para as gerações mais novas, porque os netos já começam a participar das regatas”, conta Bayard Filho, que vai completar 79 anos em setembro. “A família Umbuzeiro é ligeiramente conhecida na região, porque somos sócios do clube há 40 anos. Em 1968 ganhei o campeonato nacional de caça submarina, por exemplo. E o Inaê 50 é um cruzeiro também conhecido, sempre participando de todos os eventos esportivos daqui.”

O Inaê 50 está completando dez anos e a família decidiu comemorar na Semana de Vela em Ilhabela. Bayard Filho levou para a equipe o filho mais novo, Beto Bayard, e dois netos em fase de aprendizado na escola de vela. E passou o comando do Inaê 40, barco campeão do Torneio por Equipes de 2018 com o San Chico e o xxx, para o filho mais velho, Bayard Neto. “Meu pai é um incentivador da vela e do esporte, e me deu o privilégio de ser o comandante do Inaê 40. Estamos com a perspectiva de um resultado bacana na IRC, para a equipe poder comemorar dez anos de trabalho, velejada e convivência. Ter meu pai velejando lado a lado, nós com dois barcos, é um grande privilégio.”

Desafio de gente grande

Para competir na 46ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela, a tripulação do Aquarius, da classe RGS, mostrou muita garra e espírito de equipe. O barco, um pequeno J24 de 24 pés, apresentava algumas avarias sérias, entre elas uma infestação de cupim. “Achamos que não ia dar tempo de arrumar o barco para competir, mas nos juntamos para fazer todos os reparos necessários. Foram quase três meses de trabalho diário, até acertarmos tudo”, explicou o comandante Fábio Kohler Harkot. “Nós gostamos muito da Semana de Vela, porque é um evento para o qual nós podemos fazer todas as adaptações no barco, fazer boas velejadas e reunir a equipe.”

A tripulação do Aquarius é toda formada pelo Grêmio de Vela e Remo da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, a EFOMM, no Rio de Janeiro. No time também está Ingrid Berbert, primeira comodoro feminina do Grêmio de Vela. “Tem sido uma experiência um pouco difícil, às vezes, mas muito boa, tanto para a minha formação como para incentivar outras mulheres a conquistar posições mais altas”, contou Ingrid.